Diretor de hospital pede mantimentos pela internet no Maranhão
O diretor do Hospital Djalma Marques, conhecido como Socorrão 1, Ygleso Moysés, lançou na internet uma campanha para arrecadar insumos para garantir o funcionamento da unidade hospitalar neste fim de semana.
Segundo o diretor, por causa das dívidas da SMS (Secretaria Municipal de Saúde), que somam R$ 100 milhões, deixadas pelo ex-prefeito João Castelo (PSDB), que não conseguiu se reeleger em outubro do ano passado, o Socorrão 1 está passando dificuldades em manter o atendimento à população.
Apesar de a prefeitura ter decretado Estado de Calamidade e Emergência na Saúde, Moysés destacou que a ajuda da população será imprescindível para não deixar os pacientes que estão internados no Socorrão 1 correrem risco de passar fome.
Na lista, postada no perfil do Facebook do diretor do hospital, estão frutas, verduras, leite, chá, macarrão, além de material de limpeza e utensílios descartáveis.
“Nós vamos reverter essa calamidade, mas precisamos de alguns dias/ semanas e precisamos, sobretudo, da imensa bondade que existe no coração de cada um de vocês”, destacou o diretor do hospital na postagem que já foi compartilhada 616 vezes desde a noite desta quinta-feira (10). As doações podem ser entregues na portaria do Socorrão I, das 8h às 17h, todos os dias.
Superlotação e transferências
Em dezembro passado, o governo do Estado realizou uma intervenção junto com a Prefeitura de São Luís para desafogar os corredores dos hospitais Socorrão 1 e 2. Foram transferidos 70 internos para as Unidades Mistas do Bequimão, São Bernardo, Itaqui-Bacanga, Hospital da Mulher, Carlos Macieira e Hospital Geral.
De acordo com a SES (Secretaria Estadual de Saúde), foram aplicados cerca de R$ 5 milhões durante o período, “e os recursos estão sendo utilizados para dar condições de trabalho, compra de medicamentos, material médico-hospitalar, equipamentos, roupa hospitalar, alimentação, limpeza, manutenção e equipes médicas”.
Na manhã desta sexta-feira (11), o governo do Estado divulgou uma nota informando que está à disposição da prefeitura de São Luís para ajudar a minimizar os problemas enfrentados pela gestão municipal em relação à saúde pública e reafirmou que continuará a “parceria institucional na área, iniciada ainda na gestão anterior, e comunica que permanece funcionando normalmente o serviço de transferência de pacientes entre as unidades municipais e estaduais.”
O Estado informou ainda que, devido à mudança de administração, “não recebeu o detalhamento de ações a serem desenvolvidas, como vinha ocorrendo e que possibilitou, por meio da atuação da SES (Secretaria de Estado de Saúde), a limpeza e higienização das unidades municipais, com doação de roupas de cama, equipamentos e medicamentos, transferência de pacientes, realização de cirurgias e de mutirão de procedimentos na área da ortopedia no Hospital Geral”.
A nota destacou ainda que o novo prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Junior (PTC), se reuniu com a governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB), na última terça-feira (8), quando foi solicitada à administração municipal “uma proposta detalhada de parceria e trabalho” para a saúde municipal. “A partir do documento, será estudada a melhor forma de dar continuidade ao trabalho que já vinha sendo realizado.”
Segundo o governo do Estado, a prefeitura de São Luís recebeu agora em janeiro o repasse de R$ 17.411.764,20 que são destinados a assistência ambulatorial e hospitalar que deve ser prestada aos moradores de São Luís e dos municípios que têm a capital como referência.
“Dentre outros pontos apresentados no relatório, há informações que o Município de São Luís receberá em 2013, recursos em torno de R$ 240 milhões, montante que supera o total de repasse do SUS previsto para o próprio Estado do Maranhão, que receberá em torno de R$ 218 milhões este ano.”
O Estado informou ainda que foi aprovado o PAR (Plano de Ação da Rede de Atenção às Urgências), do Ministério da Saúde, que vai contemplar a capital maranhense e as cidades da região metropolitana São José de Ribamar, Alcântara, Raposa e Paço do Lumiar com incentivos financeiros do SUS (Sistema Único de Saúde), da ordem de R$ 77.176.077,80. A verba deverá ser aplicada em “ações emergenciais de forma integrada, articulada, regulada, com definição clara das responsabilidades de cada um deles e do Estado.”
Outro lado
O UOL entrou em contato com a assessoria de imprensa da deputada Gardênia Castelo (PSDB), filha do João Castelo, uma vez que o ex-prefeito não possui mais assessoria, e foi informado que Castelo estaria viajando com a família e está incomunicável. A assessoria não soube informar o local da viagem nem quando o ex-prefeito voltará a São Luís.
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