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"Quero ver qual mãe não aprovaria", diz mulher que tenta internar a filha involuntariamente

Gil Alessi

Do UOL, em São Paulo

21/01/2013 12h27

Aparecida Miranda chegou ao Cratod (Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas do Estado), na região central de São Paulo, às 10h30 desta segunda-feira (21), primeiro dia do programa de internação compulsória (sem autorização da família) ou involuntária (com autorização da família) para viciados em drogas, decidida a internar involuntariamente sua filha de 35 anos. Segundo ela, a jovem é usuária de crack, cocaína e álcool. Até o meio-dia, ela ainda aguardava o atendimento.

"Eu aprovo a internação compulsória, quero ver qual a mãe que não aprovaria”, disse ela, sobre o programa. "Quando ela chega, depois de tomar drogas, agride a todos nós e quebra tudo."

De acordo com Aparecida, a filha passa parte do tempo nas ruas da região central e o resto do tempo em casa. “Quero que minha filha fique longe de casa uns cinco ou seis meses. Ela não aceita tratamento e já arrumou confusão com médicos do Caps  [Centro de Atenção Psicossocial Álcool e outras Drogas]”, explica.

Famílias procuram internação compulsória em meio a protesto

A internação, uma parceria entre o governo do Estado, Tribunal de Justiça, Ministério Público Estadual, OAB-SP e Defensoria Pública, começou hoje no Cratod.

Grupos de agentes de saúde farão abordagens de usuários de drogas nas ruas, visando àqueles com saúde debilitada, às grávidas e às crianças. Em seguida, o resgate será acionado, e os indivíduos serão encaminhados para pronto-socorros. Lá, uma equipe médica vai avaliar a necessidade da internação. Caso o paciente se recuse, ele será encaminhado para o Cratod, onde um plantão com defensores públicos, advogados, membros do Ministério Público e agentes de saúde vai avaliar o caso. Um juiz de plantão no local deve autorizar ou não pedidos de internação compulsória.