Rio Grande do Sul prevê iniciar transplantes de pele na semana que vem
O Rio Grande do Sul já recebeu doações de pele para os feridos no incêndio do último domingo (27) dos bancos de São Paulo, de Pernambuco e também de países vizinhos como Argentina e Uruguai. Os transplantes, porém, só devem começar na próxima semana. Isto porque é necessário esperar a estabilização de todos os quadros das vítimas, que correm risco ao deixar a UTI para o bloco cirúrgico.
"Normalmente esperamos o quarto ou quinto dia, quando os pacientes estão mais estáveis. Não vamos começar antes. A prioridade é salvar vidas", diz a coordenadora da Central Estadual de Transplantes.
O transplante de pele funciona como um curativo biológico posto nos locais de maior necessidade em pessoas que sofreram queimaduras. Serve para evitar que se percam líquidos e auxilia na recuperação natural do corpo.
"Temos de ter cautela porque os pacientes precisarão sair da UTI e ir para o bloco cirúrgico para receber os transplantes. Isso gera alguns riscos. Vamos esperar estarem o mais estável possível", afirmou.
São poucos bancos de pele no país. Atualmente só três funcionam: em Porto Alegre, no Recife e em São Paulo. Porém o paulista voltou a funcionar somente em março de 2012 e o pernambucano foi fundado recentemente. Mesmo com todo material enviado, faltaria para utilização na tragédia da madrugada de domingo. Por isso Argentina e Uruguai enviaram remessas ao Rio Grande do Sul. Ambas chegaram na noite de segunda-feira. Chile, Equador e México já se colocaram à disposição para ajudar.
"Estamos ligando para os hospitais, unindo esforços para ver como pode ser feito. Nosso estoque estava muito baixo, e uma força-tarefa foi criada. Normalmente cada paciente recebe três enxertos, mas depende de cada caso. Varia muito. Não temos aferido se termos o suficiente, precisamos esperar para avaliar cada caso", acrescentou a médica.
A coordenadora ainda lembra que é possível fazer a doação de pele. Se alguém perder um ente querido, pode ocorrer a doação até seis horas após a parada cardíaca.
"É o momento mais difícil, certamente, que vivemos em relação à pele, pois é uma área muito nova. É a perspectiva de maior utilização de nosso serviço", afirmou Rosana Nothen.
O incêndio na boate Kiss deixou 231 mortos e mais de cem feridos na madrugada de domingo (27). Atualmente, há internados em Santa Maria e 56 transferidos para Porto Alegre. Além de queimaduras externas e de via aérea, a intoxicação pela fumaça também preocupa os médicos.
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