Topo

Principal testemunha, primo do goleiro Bruno pede para sair de programa de proteção

Rayder Bragon

Do UOL, em Belo Horizonte

31/01/2013 14h38

Considerado peça-chave no suposto assassinato de Eliza Samudio, ex-amante do goleiro Bruno Souza, o primo do jogador Jorge Lisboa Rosa, 19, deixou por vontade própria o PPCAAM/MG (Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte de Minas Gerais).

Por ter sido considerado a principal testemunha do caso e colaborado com as investigações, ele foi incluído, em setembro do ano passado, no programa de proteção do governo estadual, imediatamente após ter cumprido medida socioeducativa.

Segundo a Sedese (Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social), na primeira quinzena de dezembro de 2012, o rapaz pediu desligamento do programa. O órgão não informou os motivos que levaram o primo do goleiro a tomar a iniciativa.

A medida socioeducativa foi imposta a ele em 2010, quando Rosa ainda era menor de idade, por juiz da Vara da Infância e Juventude de Contagem, cidade da região metropolitana de Belo Horizonte, por envolvimento no desaparecimento da ex-amante do jogador.

Em setembro do ano passado, Rosa foi liberado pela Justiça após a medida ter sido considerada cumprida.

O advogado Eliézer Jônatas de Almeida, defensor de Rosa, informou ao UOL ter sido surpreendido com a decisão de Rosa e tenta contato com ele para saber.

“Eu não sabia também. Eu entrei em contato com a mãe dele para ter a confirmação. Ela me confirmou, mas como ele não mora mais com a família, eu pedi à mãe para que ele entre em contato comigo”, disse o advogado, afirmando que Rosa ainda não havia retornado o pedido e também não saberia precisar o paradeiro do rapaz.

Almeida disse não acreditar na hipótese de o cliente ser um alvo em potencial de uma suposta queima de arquivo. Segundo ele, a inclusão do rapaz no programa de proteção teria sido uma medida preventiva estimulada por ele e considerada como um “desencargo de consciência”.

Júri popular

Por causa do desligamento do programa, o primo do jogador poderá ser intimado para testemunhar sobre o caso pelo MPE (Ministério Público Estadual), ou pelos advogados de defesa dos três réus que serão julgados no Fórum Doutor Pedro Aleixo, em Contagem, em março deste ano.

O goleiro Bruno, a sua ex-mulher Dayanne de Souza e o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, vão enfrentar o júri popular, cujo início está marcado para o dia 4 de março.

Em novembro do ano passado, o réu Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, foi condenado a quinze anos de prisão, em regime fechado, pelos crimes de sequestro e cárcere privado e morte de Eliza, e do sequestro e cárcere do filho dela. Ele foi absolvido da acusação de ocultação de cadáver.

Já Fernanda Castro, outra ex-amante do goleiro, foi condenada a cinco anos de prisão pelos crimes de sequestro e cárcere privado de Eliza Samudio e do filho dela. Como a pena foi inferior a seis anos, ela vai cumprir em liberdade.

Outros dois réus, Elenílson Vítor da Silva e Wemerson Marques de Souza, o Coxinha, vão a júri popular, mas ainda sem data definida.