Ex-enfermeira "adota" carneiro e o cria dentro de casa em Batatais (SP)
Uma ex-enfermeira de Batatais (352 km de São Paulo) resolveu enfrentar a própria família para criar um carneiro dentro de casa. Dino, hoje como sete meses e 70 quilos, era um carneirinho órfão de mãe quando Maria do Carmo Nascimento, 54, se encantou com ele, num sítio.
“Ele estava magrinho, sujo. Quando me viu, berrou ‘mãe’. Eu fiquei muito comovida e quis ele pra mim”, diz Maria do Carmo. Mas, ao apresentar o novo “filho” à família, a ex-enfermeira diz que “a casa caiu” porque nem a mãe dela, o pai e o filho, com quem divide o imóvel, aceitaram a ideia de conviver com um herbívoro.
Maria do Carmo afirma que não gosta nem de pensar na hipótese de se separar do carneiro, que, segundo ela, é mais amoroso do que os três cachorros da família. “Tenho certeza de que, se eu o largar num sítio, ele morre. O Dino é muito apegado a mim”, disse.
Dino se alimenta de quirela, arroz, cenoura, pão e ração diariamente. Embora já adulto, a “mãe” não abre mão de amamentá-lo três vezes ao dia com mamadeira. “Acho tão bonitinho ele mamar que resolvi manter esse hábito. Dou leite puro de vaca.”
Passeio na praça
Todos os dias à tarde o bicho é conduzido com os três cachorros a uma praça perto da casa de Maria do Carmo, onde pasta e corre com os cães. Dino vai preso a uma coleira, mas, na praça, é solto. “As pessoas param, acham graça e tiram foto, principalmente com as crianças.”
Dino foi castrado aos cinco meses. Maria do Carmo afirma que precisou tomar a medida porque o carneiro começou a querer namorar com ela. A ex-enfermeira afirma acreditar que os carneiros, a exemplo dos homens, também possuem o Complexo de Édipo --de modo simplista, uma teoria da psicanálise segundo a qual todo filho deseja sexualmente a mãe.
Para a veterinária Carole Miyasaka, 51, a castração de Dino também serviu para reduzir seu nível de agressividade, o que ocorre quando os machos são capados. De acordo com ela, o amor da ex-enfermeira pelo carneiro é “louvável”, mas deturpou o animal.
“Bichos devem ser tratados como bichos. A cabeça desse animal deve estar uma bagunça. Ele não sabe se é carneiro ou gente. E essa alimentação que ela fornece vai prejudicar o sistema gástrico dele porque é um herbívoro.”
Segundo a veterinária, os carneiros podem viver até oito anos, dependendo da raça e da forma como são tratados. Carole diz que já conheceu um dono que chegava a dormir com o carneiro, que o acompanhava por toda parte.
“Os seres humanos, sob a alegação de amar, deturpam os animais.”
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