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Entrevista de primo do goleiro Bruno para TV é aceita no processo em Minas Gerais

Rayder Bragon

Do UOL, em Belo Horizonte

26/02/2013 15h47

Um DVD contendo a entrevista veiculada no último domingo (24) no “Fantástico”, da TV Globo, por Jorge Luiz Lisboa Rosa, primo do goleiro Bruno Souza, foi anexado ao processo em Minas Gerais sobre o desaparecimento e a suposta morte de Eliza Samudio, ex-amante do jogador.

O pedido de anexação foi feito pelo Ministério Público (MP) e deferido pela juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, do 1º Tribunal do Júri de Contagem, cidade da região metropolitana de Belo Horizonte. Conforme a assessoria de imprensa do tribunal, os advogados dos réus foram notificados da inclusão do material.

No próximo dia 4, o goleiro Bruno e a ex-mulher dele Dayanne de Souza começam a ser julgados no salão do júri do Fórum Doutor Pedro Aleixo, em Contagem, pelo envolvimento no caso.

Durante a entrevista dada ao Fantástico, Jorge Rosa procurou deixar evidente a culpa pela suposta morte de Eliza Samudio a Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, ex-braço-direito do goleiro.

Segundo o primo de Bruno, o filho de Eliza Samudio e do goleiro só não foi morto porque o executor da ex-modelo não quis matar a criança, apesar de esse ter sido o suposto desejo de Macarrão. Em outro momento, ele afirma ter sido impossível a Bruno não saber que Eliza seria morta.

“Desejar a morte dela não. Mas acho impossível ele não saber que o Macarrão estava planejando uma coisa daquela ali com ela”, disse. Jorge Luiz se contradisse durante a conversa com a repórter Renata Ceribelli, afirmando num primeiro momento que Bruno não sabia que Eliza morreria. Depois, recuou.

R$ 15 mil

Ele ainda acusou Macarrão de tentar convencê-lo a matar a atual mulher do goleiro, a dentista carioca Ingrid Calheiros. Conforme Rosa, Macarrão teria oferecido a ele R$ 15 mil para aceitar ser o executor da moça sob alegação que ela estaria “fazendo mal ao jogador”. O primo do goleiro disse ter desistido da empreitada ao consultar Bruno e ouvir dele que Ingrid era a “mulher da minha vida”.

O primo do jogador também desmentiu, durante a entrevista, ter presenciado a morte de Eliza e que parte do corpo teria sido jogada a cachorros. Segundo o MP, ela foi morta em junho de 2010 pelo ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, em sua casa, situada na cidade de Vespasiano, na região metropolitana de Belo Horizonte.

"Foi o Macarrão que me falou que tinha sido jogado, que tinha dado umas bicudas nela, antes dela morrer, antes de enforcar ela", declarou. Rosa ainda afirmou desconhecer o ex-policial e, as contradições que marcaram seus depoimentos anteriores, foram em razão do uso de drogas.

Medida socioeducativa

Jorge Rosa, que em 2010, ano do sumiço de Eliza, era menor de idade, cumpriu medida socioeducativa de dois anos e dois meses, aplicada pela Vara da Infância e Juventude de Contagem. Nesta segunda-feira, o advogado que o defendeu durante o processo anunciou a sua saída e disse não o representar mais.

Rosa foi arrolado como testemunha a ser ouvido durante o julgamento de Bruno e Dayanne, tanto pelo Ministério Público como pelo advogado do goleiro.