Haddad tenta reverter caos das chuvas com 70 obras para 70 pontos de alagamento em São Paulo
Em uma tentativa de reverter o cenário de caos que se repete sempre que as chuvas de verão atingem a capital paulista, o prefeito Fernando Haddad (PT) anunciou nesta terça-feira (26) o "desengavetamento" de 70 obras de menor porte em 70 pontos conhecidos de alagamento na cidade de São Paulo. As obras custarão ao todo cerca de R$ 150 milhões.
Segundo ele, a Siurb (Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana e Obras) já foi autorizada a rever os projetos técnicos e abrir licitação.
Em entrevista ao UOL, ele evitou prometer que no próximo ano os moradores da cidade não precisarão mais temer as pancadas de chuva, mas disse que, em janeiro de 2014, os problemas a serem resolvidos com microdrenagem estarão prontos ou encaminhados.
"Isso é possível de entregar até o verão que vem se a gente correr com o calendário, fizer a reavaliação técnica desses projetos para ver se estão atualizados e licitar", afirmou.
No longo prazo, o investimento deve ser em piscinões, e vão levar pelo menos três anos para sair do papel. Quatro deles já foram anunciados nas bacias dos rios Aricanduva e Pinheiros, nas zonas leste e sul. Mais dez devem ser financiados pela prefeitura em parceria com o governo estadual.
Na opinião de Haddad, o plano de 16 medidas que foi anunciado no começo do ano para combater de forma emergencial as enchentes foi correto e já apresentou resultados. "Enchentes dentro de casa você quase não teve na cidade de São Paulo, apesar das chuvas de 100 milímetros em 40 ou 50 minutos", defendeu. "Não tivemos deslizamento de terra, porque todas as áreas de risco foram visitadas diariamente. São providências que já deram resultado."
O IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) ficou responsável pelo monitoramento diário das 93 áreas de alto risco da cidade durante o período de chuvas. As outras medidas adotadas diziam respeito a coleta de lixo, limpeza das bocas de lobo, ramais e córregos, poda de árvores e reorientação da Defesa Civil.
Mudanças na CET
Mesmo com o plano em prática, a prefeitura foi surpreendida pela falta de luz e por cerca de 150 semáforos queimados, que provocaram grandes transtornos no trânsito da cidade.
"Eu fiquei bastante contrariado e não escondi isso de ninguém", declarou Haddad. "É incrível o que está acontecendo com a rede semafórica de São Paulo, ela está muito precarizada. A fiação, as caixas de passagem, a ferrugem, a defasagem tecnológica, as placas, a falta de estoque de reposição. Tudo isso é o que explica, a cada chuva, o transtorno que isso causa à população".
Para reverter a situação, ele pediu uma ampla licitação para a substituição dos equipamentos defasados, porque "não dá mais para remendar a rede". Serão gastos mais R$ 150 milhões neste setor. No pregão, que já foi aberto, serão adquiridos circuitos interligados, reguladores de tensão, capacitores eletrônicos, fusíveis, lâmpadas e interruptores, entre outros equipamentos.
Segundo ele, outro passo importante é o resgate da capacidade da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) e integrá-la com a SPTrans, que cuida do sistema de transporte público por ônibus da cidade.
"É uma medida de planejamento fundamental, porque a CET sempre teve foco no transporte individual, agora o foco vai ser no transporte coletivo", explicou o prefeito.
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