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Defesa vai recorrer da condenação de Gil Rugai, segundo advogado

Gil Rugai foi condenado a 33 anos e 9 meses de prisão - Fernando Donasci/UOL
Gil Rugai foi condenado a 33 anos e 9 meses de prisão Imagem: Fernando Donasci/UOL

Do UOL, em São Paulo

28/02/2013 18h24

O advogado que atua na defesa de Gil Rugai, Marcelo Feller, afirmou nesta quinta-feira (28) que entrou com um pedido de recurso no Fórum Criminal da Barra Funda, em São Paulo, contra a sentença que condenou seu cliente a 33 anos e 9 meses de prisão.

Feller afirma que aguarda a transcrição dos depoimentos e o interrogatório do réu no processo para, posteriormente, manifestar seus argumentos contrários à decisão.

Em entrevista à rádio CBN, o advogado afirmou que a decisão do júri é "reflexo de uma sociedade preconceituosa".

"É muito difícil em cinco dias mudar uma imagem que foi construída em nove anos", afirmou Feller.

Segundo ele, Rugai entrou no tribunal condenado por sete a zero e saiu condenado por quatro a três.

"Podem tirar a liberdade, a privacidade do Gil, mas não poderão tirar a inocência dele", disse o advogado à CBN.

Quase nove anos após o crime, Gil Rugai foi condenado a 33 anos e nove meses de prisão na sexta-feira (22) pelas mortes do pai, Luiz Carlos Rugai, e da madrasta, Alessandra de Fátima Troitino, ocorridas em São Paulo no dia 28 de março de 2004.

O julgamento durou uma semana. A sentença foi proferida pelo juiz Adilson Paukoski Simoni. A pena deveria ser cumprida, inicialmente, em regime fechado, mas Rugai recebeu o benefício de recorrer da decisão em liberdade.

Entenda o caso

Segundo a acusação, o crime foi motivado pelo afastamento de Gil Rugai da empresa do pai, a Referência Filmes. O ex-seminarista estaria envolvido em um desfalque de R$ 100 mil e, por isso, teria sido demitido do departamento financeiro.

Durante as perícias do crime foram encontrados indícios que, segundo a acusação, apontam Gil Rugai como o autor do crime. Um deles foi o exame da marca de pé deixada pelo assassino numa porta ao tentar entrar na sala onde Luiz Carlos tentou se proteger.

O IC (Instituto de Criminalística) realizou exames de ressonância magnética no pé de Rugai e constatou que havia lesões compatíveis com a marca na porta. Além disso, o laudo concluiu que havia na marca na porta e o tamanho do pé do réu.

Outra prova que será apresentada pela acusação foi uma arma encontrada, um ano e meio após o crime, no poço de armazenamento de água da chuva do prédio onde Gil Rugai tinha uma agência de publicidade.

O exame de balística confirmou que as nove cápsulas encontradas junto aos corpos do empresário e da mulher partiram dessa pistola.

O sócio de Rugai afirmou que ele mantinha uma arma idêntica em uma gaveta da agência de publicidade e que não a teria visto mais lá no dia seguinte aos assassinatos.

Gil Rugai chegou a ser preso duas vezes, mas foi solto por decisões da Justiça.