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Advogado de Gil Rugai promete apresentar ao júri supostos assassinos "com nome e sobrenome"

Janaina Garcia

Do UOL, em São Paulo

18/02/2013 10h40

O advogado do ex-seminarista Gil Rugai, Marcelo Feller, afirmou que vai apresentar durante o julgamento que será realizado a partir desta segunda-feira (18), em São Paulo, os "verdadeiros assassinos" do pai do réu e de sua madrasta.

O pai de Gil Rugai, Luiz Carlos Rugai, e a madrasta, Alessandra de Fátima Troitino, foram mortos a tiros na casa em que moravam, em 28 de março de 2004, em Perdizes, zona oeste.

"Serão apresentados [os supostos assassinos] com nome e sobrenome; [eles] foram ouvidos [durante as investigação] e mentiram", disse.

Segundo Feller, a defesa desconstruirá perante os jurados a "condição de esquisito, de monstro", que ele afirma ter se criado em torno do réu.

"A acusação juntou no processo que os pés na porta [da sala onde Luiz Carlos foi morto] eram do Gil, e isso com base no depoimento de um sapateiro que trabalha no Belém [região central de São Paulo]. Mas a polícia o chamou de 'artesão de sapatos'. Sapateiro não é perito", avaliou.

O advogado atribuiu o fato do réu não falar com a imprensa antes do julgamento a uma suposta perseguição sofrida por ele na semana passada.

Fizeram a construção de um monstro, diz defesa de Gil Rugai

Entenda o caso

Segundo a acusação, o crime foi motivado pelo afastamento de Gil Rugai da empresa do pai, a Referência Filmes. O ex-seminarista estaria envolvido em um desfalque de R$ 100 mil e, por isso, teria sido demitido do departamento financeiro.

Durante as perícias do crime foram encontrados indícios que, segundo a acusação, apontam Gil Rugai como o autor do crime. Um deles foi o exame da marca de pé deixada pelo assassino numa porta ao tentar entrar na sala onde Luiz Carlos tentou se proteger.

O IC (Instituto de Criminalística) realizou exames de ressonância magnética no pé de Rugai e constatou que havia lesões compatíveis com a marca deixada na porta.

Outra prova que será apresentada pela acusação foi uma arma encontrada, um ano e meio após o crime, no poço de armazenamento de água da chuva do prédio onde Gil Rugai tinha uma agência de publicidade.

O exame de balística confirmou que as nove cápsulas encontradas junto aos corpos do empresário e da mulher partiram dessa pistola.

O sócio de Rugai afirmou que ele mantinha uma arma idêntica em uma gaveta da agência de publicidade e que não a teria visto mais lá no dia seguinte aos assassinatos.

Gil Rugai chegou a ser preso duas vezes, mas foi solto por decisões da Justiça.