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Defesa de Gil Rugai promete apresentar suposto assassino hoje; para acusação pode se tratar do "segundo suspeito"

Janaina Garcia

Do UOL, em São Paulo

19/02/2013 10h16

A defesa do ex-seminarista Gil Rugai, 29, disse que deve apresentar nesta terça-feira (19), segundo dia do julgamento do caso, o suposto verdadeiro assassino do casal Luiz Carlos Rugai e Alessandra Fátima Trentino, mortos em 2004. Para a acusação, caso isso ocorra, se tratará "do segundo assassino".

Gil Rugai chegou ao Fórum Criminal da Barra Funda, zona oeste de São Paulo, por volta das 10h acompanhado por seus dois advogados, e disse apenas: "não matei ninguém, sou inocente".

De acordo com seu advogado Marcelo Feller, a apresentação do nome do suposto assassino será feita a partir do testemunho do delegado que investigou o caso, Rodolfo Chiareli. Ele será a segunda testemunha de acusação a ser ouvida hoje.

"Queremos saber do delegado por que algumas perícias não foram feitas. Hoje talvez comecemos a levantar uma das possibilidades [do suposto verdadeiro assassino]", afirmou Feller.

Para o assistente de acusação, Ubirajara Mangini, essa apresentação prometida "é coisa fantasiosa".

"Se eles têm outro assassino, deveriam ter apresentado antes, e o Gil não estaria aqui sendo julgado. Como dizem que há, talvez seja a segunda pessoa envolvida. Para a gente [acusação] vai ser bom. Mas isso não tira o Gil da cena do crime", disse referindo-se ao depoimento prestado ontem por um vigia da rua em que o casal morava, que disse ter visto o acusado saindo do local. A segunda pessoa não foi identificada por ele.


Entenda o caso

O ex-seminarista Gil Rugai é acusado de tramar e executar a morte do pai, o empresário Luiz Carlos Rugai, 40, e da madrasta, Alessandra de Fátima Troitino, 33, em 28 de março de 2004.

O casal foi encontrado morto a tiros na residência onde morava no bairro Perdizes, zona oeste de São Paulo.

Segundo a acusação, o crime foi motivado pelo afastamento de Gil Rugai da empresa do pai, a Referência Filmes. O ex-seminarista estaria envolvido em um desfalque de R$ 100 mil e, por isso, teria sido demitido do departamento financeiro.

Durante as perícias do crime foram encontrados indícios que, segundo a acusação, apontam Gil Rugai como o autor do crime. Um deles foi o exame da marca de pé deixada pelo assassino numa porta ao tentar entrar na sala onde Luiz Carlos tentou se proteger.

O IC (Instituto de Criminalística) realizou exames de ressonância magnética no pé de Rugai e constatou que havia lesões compatíveis com a marca na porta.

Outra prova que será apresentada pela acusação foi uma arma encontrada, um ano e meio após o crime, no poço de armazenamento de água da chuva do prédio onde Gil Rugai tinha uma agência de publicidade.

O exame de balística confirmou que as nove cápsulas encontradas junto aos corpos do empresário e da mulher partiram dessa pistola.

O sócio de Rugai afirmou que ele mantinha uma arma idêntica em uma gaveta da agência de publicidade e que não a teria visto mais lá no dia seguinte aos assassinatos.

Gil Rugai chegou a ser preso duas vezes, mas foi solto por decisões da Justiça.