Topo

Cabo é detido por não prestar continência a tenente em Rondônia

Assem Neto

Do UOL, em Porto Velho

27/03/2013 13h39

O cabo Valdecyr Pereira Gomes, da Polícia Militar de Rondônia, está detido desde a última sexta-feira (22) por não prestar continência a um tenente da corporação. O fato ocorreu dentro do 2º Batalhão da PM em Ji-Paraná (400 km de Porto Velho).

A ordem de prisão foi dada pelo próprio oficial. Em seguida, Gomes, que tem 22 anos no serviço militar, foi transferido ao Centro de Correição, na capital rondoniense, onde responde a Inquérito Policial Militar (IPM) por insubordinação.

Na Corregedoria-Geral da PM, o tenente Lucas de Tácio Savino Nogueira acrescentou nova denúncia contra o cabo, de uma suposta ofensa moral. Ele informou que, em uma ocasião, na entrada do batalhão, o cabo estava acompanhado de um sentinela.

O tenente, segundo informou à corregedoria, recebeu continência do sentinela na chegada e na saída. “Mas o cabo permaneceu sentado nas duas ocasiões. Ao buscar explicações, fui ofendido moralmente. Ele disse que eu fosse me f...”, disse o oficial.

O subcomandante-geral da PM-RO, coronel Antônio Tomazoni, informou que “a versão do tenente está sendo apurada e, se comprovada, o cabo Gomes pode ser excluído da corporação, de acordo com o que dita o Código Penal Militar e o Regimento Militar.

“Ele (o cabo) é um bom militar, um dos mais antigos também, e nunca nos deu problemas. Entre civis, uma ofensa desse porte é grave, imagine entre militares”, afirmou o subcomandante.

Ele disse que a complexidade do caso impede que a prisão do cabo seja relaxada. O comando da PM não crê em problemas pessoais envolvendo o oficial e o cabo.  Situações dessa natureza são raras na corporação, segundo o coronel.

Outro lado

“Houve um momento de distração. Eu tentei explicar, mas fui incompreendido”, disse o policial durante depoimento ao presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa de Rondônia (AL-RO), deputado Euclides Maciel (PSDB), que abriu investigação para apurar a detenção. “Entendo que o oficial pecou pela falta de bom senso. Faltou maturidade”, disse o deputado.