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Após fala de advogado de PM, jurados se reúnem para decidir se culpam ou não réu

Julia Affonso

Do UOL, no Rio

16/04/2013 20h38

O advogado Robson Gomes Barcellos, defensor do PM Carlos Adílio Maciel Santos, afirmou durante debate do júri popular na 3ª Câmara Criminal de Niterói, na noite desta terça-feira (16), que o réu tem bom caráter e está pagando por ser "um homem forte". O réu é acusado de ter participado do assassinato da juíza Patrícia Acioli, em agosto de 2011. Neste momento, o júri está reunido para decidir se condena ou não o PM.

CASO PATRÍCIA ACIOLI EM NÚMEROS

  • 11

    PMs

    Foram denunciados pelo crime, dos quais dez por homicídio triplamente qualificado e formação de quadrilha.

  • 1

    PM

    Foi denunciado apenas por homicídio, já que, segundo o MP, ele atuou como informante do grupo, o que não configuraria formação de quadrilha.

  • 3

    PMs

    Foram condenados em janeiro de 2013 a penas que variam entre 22 e 26 anos de prisão. São eles: Junior Cezar de Medeiros, Jefferson de Araújo Miranda e Jovanis Falcão Junior.

  • 7

    PMs

    Ainda esperam resultados de recursos.

  • 21

    tiros

    Foram disparados contra a juíza Patrícia Acioli na noite do dia 11 de agosto de 2011.

"Por ser muito grande, ele está pagando por isso. Se fosse franzino, ninguém diria que teria medo dele. Ele está sendo acusado injustamente de ter participado da morte da juíza. Está nas mãos dos senhores, a vida desse homem. Essa pessoa estava cumprindo prisão temporária por 30 dias, prorrogada por mais 30. Não tinha motivos para participar da morte da juíza, direta ou indiretamente", disse Barcellos.

Durante sua argumentação, que durou 1h30, ele afirmou que o delator do crime, o também PM Sérgio Costa Júnior --condenado a 21 anos de prisão--, teria interesse em incriminar Carlos Adílio. Para o advogado, a delação premiada de Costa Júnior não valeria nada se ele não trouxesse novidades.

"Sérgio tinha motivos para incluir outras pessoas. A espontaneidade de falar foi porque ele já tinha sido pego, havia provas contra ele. Só sobrou para ele fazer com que a pena se reduzisse. Precisava trazer alguém para dentro do processo, para mostrar que ele estava colaborando, ele á estava identificado", explicou Barcelos.

"O Carlos Adílio merece ser condenado por uma pessoa [Costa Júnior] que disparou 15 vezes contra a juíza? Essas pessoas não são sérias, vocês não podem confiar", disse aos jurados.

Sobre as escutas telefônicas, o advogado afirmou que a família do réu não tinha nada a esconder a não ser o material de limpeza vendido de forma informal pela mãe de Carlos Adílio. Segundo ele, foram feitas duas varreduras na casa do acusado: uma no dia da prisão do réu por um suposto envolvimento em um crime em no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, em 16 de junho de 2011, 55 dias antes da morte da juíza, e outra em setembro, após o assassinato.

"Se ele tivesse escondendo algo, a polícia teria descoberto em junho. Em setembro, a família não tinha nada a esconder de ilicitude, a não ser o fato da mãe dele ter um vendinha de material de limpeza não formal.  Não tinha o que esconder", explicou o advogado.

O advogado também negou que o cliente recebesse dinheiro do espólio de guerra. Aos jurados, ele apresentou fotos da casa onde o réu morava, do carro que ele dividia com a família, dos contra-cheques do PM e do valor da mensalidade da escola da filha, para mostrar que o padrão de vida de Carlos Adílio era compatível ao salário que ele ganhava na Polícia Militar.

Após o debate, por volta das 20h20, o júri se reuniu para dar a sentença. As perguntas abordarão os crimes de homicídio e formação de quadrilha.

Em relação ao homicídio, eles serão questionados sobre a materialidade, a autoria do assassinato, se o acusado prestou auxílio moral e material, a absolvição do réu e sobre as qualificadoras, motivo torpe, crime praticado mediante emboscada e crime praticado para assegurar a impunidade dos acusados.

Para a formação de quadrilha, os jurados responderão sobre materialidade, associaram-se mais de 3 pessoas para praticar crime, se Carlos Adílio é coautor da associação, sobre a absolvição do réu, e a qualificadora, em caso de quadrilha ou bando armado.

O caso Patrícia Acioli em vídeos - 19 vídeos

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