Polícia do Rio apreende 3 menores acusados de espancar jovem até a morte

A Polícia Civil do Rio de Janeiro apreendeu nesta quarta-feira (17) três menores acusados de assassinar Wellington Brás da Silva, 17, na saída de um show no Aeroclube de Nova Iguaçu, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, na madrugada de domingo (14) para segunda-feira (15). Contra eles havia mandados expedidos pela Justiça.

O jovem foi espancado até a morte durante confronto entre gangues formadas por moradores de diferentes bairros, de acordo com a Polícia Civil. Análise do IML (Instituto Médico-Legal) mostrou que ele foi atingido por chutes, socos e pauladas na cabeça. A vítima ainda chegou a ser levada para o hospital da Posse, em Nova Iguaçu, mas não resistiu aos ferimentos.

Segundo informações da 52ª DP (Nova Iguaçu), onde a ocorrência foi registrada, Silva não tinha envolvimento com os grupos rivais, porém estava na companhia de integrantes de uma das gangues no momento em que houve a briga.

Por meio de depoimentos de sete testemunhas, a Polícia Civil identificou e localizou os três menores, todos de 17 anos, que foram reconhecidos como autores do homicídio. Eles serão encaminhados para a Vara da Infância e da Juventude.

Os investigadores ouviram ainda adolescentes que se identificaram como membros de uma das gangues de bairro, e que confirmaram que já haviam entrado em confronto com o grupo rival em outras oportunidades. A delegada titular da 52ª DP, Juliana Emerique, afirmou que o inquérito terá continuidade a fim de identificar todos os integrantes das gangues.

A morte do adolescente, cujo corpo foi enterrado no cemitério de Mesquita, na terça-feira (16), também na Baixada, acontece em meio ao debate sobre o tema da redução da maioridade penal, que voltou a ser discutido após o assassinato do estudante universitário Victor Hugo Deppman, 19, em São Paulo, no dia 9 de abril.

O jovem foi atingido por um tiro na cabeça durante um assalto na porta de casa, no Belém, na zona leste da cidade. O crime foi cometido por um menor de 17 anos.

Pesquisa recente do Datafolha mostra que 93% dos paulistanos acham que a maioridade penal, isto é, quando uma pessoa deve responder criminalmente por seus atos, deveria ser reduzida de 18 anos para 16 no Brasil. Outros 6% são contra, e 1% não soube responder. As informações são do jornal "Folha de S. Paulo".