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No Rio, segurança do papa Francisco será feita por mais de 60 policiais

Papa Francisco chegará ao Rio para a Jornada Mundial da Juventude, em julho - Gabriel Bouys/AFP
Papa Francisco chegará ao Rio para a Jornada Mundial da Juventude, em julho Imagem: Gabriel Bouys/AFP

Hanrrikson de Andrade

Do UOL, no Rio

26/04/2013 18h09

Mais de 60 policiais estarão envolvidos na segurança pessoal do papa Francisco durante a agenda da Jornada Mundial da Juventude, evento católico que será realizado entre os dias 23 e 26 de julho, no Rio de Janeiro. O efetivo será formado por homens de várias instituições, principalmente a Polícia Federal, e constituído por agentes de diversas especialidades, tais como atiradores de elite e policiais à paisana, entre outras.

"Vamos trabalhar com um número bastante grande de agentes. Essa segurança requer bastante atenção. Vamos ter mais de uma equipe acompanhando o deslocamento das aeronaves [nas quais o papa estiver] e mais de 60 policiais envolvidos somente na segurança aproximada", disse o coordenador de segurança da Jornada Mundial da Juventude no âmbito da Sesge (Secretaria Extraordinária de Segurança de Grandes Eventos), coronel Paulo Cruz. O órgão é vinculado ao Ministério da Justiça.

BARREIRAS

Em Guaratiba, serão formadas três barreiras de proteção por homens do Exército e fuzileiros navais: a primeira a 300 metros do palco, a segunda a 500 metros e a terceira a 1.500 metros

"No setor de nível 1 [perímetro de proteção mais alta, tendo o posicionamento do papa como referência], vamos ter gente acompanhando o papamóvel, atiradores de elite, gente acompanhando os corredores, gente à paisana junto com o povo. (...) Todo o trajeto do papa é isolado. Mas só vamos começar a detalhar minimamente com a definição da agenda. Esse é o planejamento macro", completou.

Entre os agentes selecionados para a segurança do papa, uma equipe de 15 a 25 policiais --da qual fará parte pelo menos um representante da polícia do Vaticano-- se revezará na segurança aproximada, isto é, no acompanhamento presencial. Tal efetivo pode ser menor ou maior de acordo com as características e circunstâncias dos compromissos.

De acordo Com Cruz, o planejamento geral de segurança envolverá de dez a 15 mil pessoas durante toda a Jornada Mundial da Juventude, dos quais mais de oito mil militares e pelo menos 4.500 policiais. Também participarão do esquema as polícias Federal, Civil e Militar, do Corpo de Bombeiros, da Guarda Municipal da Defesa Civil (Estado e Município), entre outros órgãos.

PÚBLICO

A organização da Jornada Mundial da Juventude espera receber público de 2,5 milhões a 4 milhões de pessoas. Só em Copacabana, durante as principais atividades, há expectativa de fluxo de 2 milhões de pessoas. Já em Guaratiba, onde ocorrerão a missa e a vigília da JMJ, pelo menos 1,5 milhão de pessoas devem passar pelo local

Os bairros de Guaratiba, na zona oeste, e de Copacabana, na zona sul, que vão sediar as principais atividades da JMJ e da agenda do papa Francisco, concentrarão a maior parte das ações de segurança. Será decretada uma GLO (Garantia da Lei e da Ordem) para que as Forças Armadas tenham poder de polícia. Haverá ainda a determinação de zonas de exclusão aérea para facilitar a locomoção do pontífice e de outras autoridades.

Durante o mês de maio, a equipe de segurança do Vaticano virá ao Rio de Janeiro para definir os últimos ajustes do planejamento. 

Favelas

Segundo o coordenador de segurança da JMJ, que acompanhou as vistorias feitas pelo chefe do departamento de viagens internacionais do Vaticano, o italiano Alberto Gasbarri, durante esta semana, há uma lista de comunidades pacificadas --Complexo de Manguinhos (Manguinhos, Mandela e Varginha), Jacarezinho, Mangueira e Tuiuti, todas na zona norte-- que podem receber o papa Francisco em evento paralelo aos atos centrais da Jornada Mundial da Juventude.

EFETIVO

  • 8.500

    militares

    Segundo a Sesge, as Forças Armadas trabalham com um efetivo de 8.500 militares para a JMJ

  • 4.500

    policiais

    A Sesge também deve designar 4.500 policiais para garantir a segurança durante o evento

  • 60

    agentes

    O esquema de segurança pessoal do papa Francisco envolve pelo menos 60 agentes

  • 15 a 25

    agentes

    Desses, uma equipe de 15 a 25 será responsável pela segurança aproximada do pontífice

    A escolha já teria sido feita pelos organizadores do evento, mas a revelação só será feita no dia 7 de maio. "A escolha segue critérios técnicos. Existe uma ordem preferencial. Só não dá para dizer que foi 100% porque ainda falta a posição do Vaticano", disse o coronel.

    "Nós visitamos várias comunidades e priorizamos a nível de segurança. Já temos essa pré-definição. O que eu posso falar nesse momento é que se trata de uma comunidade pacificada. Para que ele possa fazer o seu trabalho sem risco, levar a sua palavra para as pessoas. Entrar e sair com segurança dessa comunidade", afirmou.

    Cruz disse ainda que a logística de segurança para a visita do pontífice a uma comunidade da capital fluminense envolve questões como a mobilidade, o posicionamento de atiradores nas lajes das casas e a análise de indicadores do ISP (Instituto de Segurança Pública). Também foi levada em consideração a existência de projetos da Igreja Católica no interior das comunidades.

    Gasbarri retornará ao Vaticano, neste sábado (27), com um relatório contendo todas essas informações. "Ele ouviu muito a argumentação técnica. O Gasbarri não é uma pessoa que age com a emoção e respeita a opinião técnica. Ele olhava tudo, depois fazia questionamentos, mas não preferiu essa ou aquela comunidade. (...) Durante cada visita, ele já procurava visualizar como o papa se comportaria e falaria com as pessoas", afirmou.

    Cristo Redentor

    Cruz confirmou ao UOL que há a possibilidade de o papa ir ao Cristo Redentor. No entanto, antes que qualquer decisão seja tomada, ainda é necessário concluir o trabalho de avaliação de riscos em relação a principal cartão postal do Rio.

    "Iniciamos uma avaliação de todos os pontos nos quais havia a possibilidade [de presença do papa]. Boa parte desse trabalho ainda não foi concluído. Há muitos critérios. Projeta-se uma crise em cima desses indicadores e, dependendo do resultado, classifica-se como risco baixo, médio ou alto", disse.

    "Não é simplesmente ir lá e dar uma olhada", completou o general Paulo Cruz.