Polícia investiga retomada de ataques a ônibus pelo crime organizado em Santa Catarina
A polícia de Santa Catarina está investigando um ataque incendiário ao transporte coletivo ocorrido às 5h30 desta segunda (20) como uma possível ação do PGC (a facção criminosa Primeiro Grupo Catarinense), responsável pelas duas ondas de violência de novembro e janeiro/fevereiro em 36 cidades catarinenses.
O temor de uma retomada da violência se justifica porque o ataque aconteceu numa linha da Grande Florianópolis, a 15 km do presídio de São Pedro de Alcântara, onde está o núcleo principal de detentos do PGC. O modo de atuar dos criminosos foi o mesmo da maioria dos ataques anteriores.
Desta vez, dois motoqueiros atacaram o ônibus no final da linha, mandaram os passageiros descerem e atearam fogo. Como diferencial, entregaram ao motorista um DVD, dizendo a ele que conteria imagens de torturas contra presos - nos dois episódios de violência anteriores vídeos de torturas também foram divulgados.
Segundo a Polícia Militar, o ataque de hoje não teve feridos e o fogo foi apagado pelos bombeiros. O ônibus foi parcialmente destruído.
A Polícia Civil recolheu os DVDs e ainda não divulgou seu conteúdo. Motorista e passageiros do ônibus relataram à Polícia Militar que os atacantes fizeram alguma menção ao PGC, mas a autoria ainda não foi confirmada.
A violência anterior do PGC foi inicialmente dirigida contra ônibus, com 72 incendiados nas duas ondas. O Governo do Estado pediu auxílio do Federal. O Ministério da Justiça mandou a Força Nacional de Segurança Pública ocupar os presídios e retirar deles os 37 líderes do PGC, removidos para cadeias fora do Estado.
Desde então a Polícia Militar parou de contabilizar os ataques. A maioria dos incidentes ocorridos de fevereiro para cá foram computados como atos de vandalismo. O ataque desta segunda é o primeiro com as mesmas características dos anteriores.
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