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SC transfere presos para tentar conter violência

Renan Antunes de Oliveira

Do UOL, em Florianópolis

04/10/2014 10h41

As secretarias de Segurança Pública e a de Justiça de Santa Catarina começaram às 6h deste sábado (4) a transferência para cadeias federais fora do Estado de presos das penitenciárias  comandadas pela facção criminosa Primeiro Grupo Catarinense (PGC), responsável pela onda de violência iniciada em 26 de setembro.

Um grupo de 21 presos foi levado por um comboio de segurança à Base Aérea de Florianópolis. Eles embarcaram no mesmo avião da Polícia Federal que trouxe a Força Nacional de Segurança (FNS) para Florianópolis, sendo levado para local ainda ignorado.

Segundo o último relatório da PM, foram sete os novos ataques desde 20h de sexta até 9h de sábado. As cidades de Imbituba e Rio do Sul entraram na lista de atingidas, com mais sete ônibus queimados, elevando o total para 32 desde o início da crise. 

A tropa da FNS chegou ao Estado na madrugada deste sábado para participar da operação de emergência contra o crime organizado. Tudo sobre a atuação da tropa é secreto.

Criminosos comandam ataques de dentro da prisão

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo está na cidade para acertar a participação federal na crise.

A ajuda foi necessária porque o combate à violência estava fora de controle das autoridades locais e escalando: foram cerca de 70 atentados em 26 cidades, com 25 ônibus incendiados e um agente prisional assassinado, tudo em sete dias. O transporte coletivo está tumultuado e parcialmente suspenso nas quatro maiores cidades do Estado: Floripa, Blumenau, Joinville e Criciúma.

O Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) identificou que a onda de violência era comandada de dentro das cadeias, como aconteceu nos anos de 2012 e 2013. Acreditava-se que com a condenação pela Justiça a quase mil anos de cadeia (somados) para 83 participantes daquelas ondas, em maio, o poder do PGC estaria abalado.

Entretanto, novos episódios de insatisfação de lideres presos, reclamando desde condições de higiene até falta de visitas de familiares, agitaram os presídios de Criciúma, Itapema, Joinville e São Pedro de Alcântara, desaguando nas ruas.