Sem ônibus, Florianópolis suspende aulas da rede estadual
O anúncio de que o transporte público funcionará entre 7h às 19h, em Florianopolis, por conta dos ataques a veículos pelo crime organizado, deixou quase 20 mil pessoas sem transporte, no horário de pico --das 17h às 19h desta quinta-feira (14), no Ticen (Terminal Integrado do Centro), de onde partem as linhas para os bairros da capital. Sem ônibus, a Secretaria Estadual de Educação suspendeu as aulas noturnas da rede estadual, que seriam iniciadas hoje.
Ao todo, 64 ônibus já foram atacados em todo Estado, nas duas ondas de violência --37 veículos neste ano, desde 30 de janeiro, e 27, entre 12 e 18 de novembro, na primeira onda de ataques, que teriam ligação. A facção criminosa PGC (Primeiro Grupo Catarinense), que age dentro e fora dos presídios de Santa Catarina, teria ordenado os ataques.
Às 20h, sob forte policiamento, os ônibus do Ticen foram aglutinados nas plataformas em comboios para garantir escolta da PM aos bairros mais distantes, com saídas apenas nas horas cheias. Segundo o administrador do Ticen, Moacir Santos, "as pessoas saíram mais cedo do centro, prevendo a parada [dos ôninus] às 19h. O sindicato [dos motoristas e cobradores] está aqui retirando o pessoal dos carros". "Todas as escalas de transporte da capital estão furadas, cada um se vira como pode", afirmou Santos.
Os passageiros das linhas urbanas mais longas (media de 30 km), como Tapera e Ingleses, reclamavam na compactação de horário. As saídas de 20 em 20 minutos foram aglutinadas para sair às 19h, depois reacomodadas às 20h: "Estou com esta criança no colo desde as seis da tarde e ainda não sei que horas vou chegar em casa", reclamou a comerciária Irene Conceição Correia, 37, que ia para Canasvieiras.
Segundo da Secretaria Municipal de Transportes, que administra o Ticen, as 12 linhas urbanas transportam cerca de 50 mil pessoas ao dia.
Os ônibus seletivos, conhecidos como amarelinhos, com passagens a R$ 6, circulam nas áreas centrais da cidade, sem segurança.
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