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Dentista que teve corpo queimado em São José dos Campos continua internado

Alexandre Peçanha Gaddy, dentista que teve 60% do corpo queimado em São José dos Campos (SP) - Reprodução/Facebook
Alexandre Peçanha Gaddy, dentista que teve 60% do corpo queimado em São José dos Campos (SP) Imagem: Reprodução/Facebook

Do UOL, em São Paulo

30/05/2013 15h20

O dentista Alexandre Peçanha Gaddy, 41, continua internado em estado grave, na Santa Casa de São José dos Campos (97 km de São Paulo), após ter pelo menos 60% do corpo queimado por dois homens, na noite da última segunda-feira (27).

A pedido de parentes da vítima, o hospital não divulgará novas informações sobre o estado de saúde do paciente, que corria risco de morte, segundo divulgado pela direção do hospital.

O dentista foi abordado por dois homens encapuzados em seu consultório, que fica na Vila Tatetuba, quando já não atendia pacientes. Nada foi levado do local, segundo informações da polícia civil, mas objetos como um computador e uma aliança, que supostamente seriam levados pelos criminosos, foram deixados em sacolas, no consultório.

Segundo o depoimento de uma testemunha, Alexandre foi incendiado pelos dois homens após tirar um celular do bolso (a polícia investiga se o dentista tentou reagir ao assalto). Os criminosos jogaram álcool no corpo da vítima e atearam fogo. Apenas as pernas não foram atingidas. Uma garrafa de álcool a 92% e um isqueiro foram encontrados no local.

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Conselho de classe quer mais segurança

O CFO (Conselho Federal de Odontologia) divulgou nesta quarta (29), em seu site, “repúdio a atos de violência a profissionais da odontologia no exercício do seu trabalho”, e apoiou a reivindicação do Crosp (Conselho Regional de Odontologia de São Paulo) “para que seja criado um cinturão de segurança que proteja os profissionais”, recomendando que seus 262 mil inscritos aumentem as medidas de segurança em seus locais de trabalho.

O Crosp colocou em sua página na internet um alerta para “duas tragédias semelhantes no espaço de um mês”, em referência a outro caso recente de ataque brutal: a dentista Cinthya Magaly Moutinho de Souza morreu após ter o corpo queimado em um assalto a seu consultório na capital paulista, no dia 25 de abril. O Crosp pede “atitudes urgentes e rigorosas por parte do governo e das autoridades de segurança pública”.

Representantes do conselho paulista se reuniram com a Secretaria de Segurança Pública, na quarta, para propor estratégias que ajudem a aumentar a segurança dos cirurgiões-dentistas, e informaram que, no intervalo de 24 horas após o ocorrido com Gaddy, o Crosp recebeu 31 queixas (mais de 20 relativas a assaltos) por meio do canal “Vamos nos Proteger”, email criado para denúncias sobre casos envolvendo violência (vamosnosproteger@crosp.org.br).

A partir da próxima semana, as denúncias também poderão ser feitas por um número de telefone 0800, serviço que já estaria em implantação, de acordo com o conselho.