Tarifas de R$ 3,20 entram em vigor hoje em SP; passagens subiram mais de 300% desde Real
As novas tarifas dos ônibus municipais, Metrô e trens da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) entram em vigor a partir de 0h deste domingo (2) em São Paulo. Agora, os passageiros das três modalidades de transporte terão de desembolsar R$ 3,20 por viagem, ante R$ 3 pagos até então --o que representa reajuste de 6,7%. A integração entre ônibus e Metrô/CPTM irá subir de R$ 4,65 para R$ 5.
Os valores foram decididos de forma conjunta entre o prefeito Fernando Haddad (PT) e o governador Geraldo Alckmin (PSDB). As tarifas deveriam ser reajustadas em janeiro, mas o aumento foi postergado a pedido do governo federal para segurar o crescimento da inflação.
O último reajuste de ônibus ocorreu em janeiro de 2011, quando o então prefeito Gilberto Kassab (PSD) aumentou a passagem de R$ 2,70 para R$ 3. De lá para cá, a inflação acumulada medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), foi de 15,5%, mais do que o dobro do percentual reajustado por Haddad.
No caso do Metrô e da CPTM, cujo último reajuste ocorreu em fevereiro de 2012, o IPCA acumulou 7,8%.
Apesar de, neste último reajuste, as tarifas terem subido abaixo da inflação, desde 1995, quando o Plano Real entrou em vigor, o preço do transporte público em São Paulo aumentou em ritmo muito superior à inflação.
Em 1995, a tarifa de ônibus custava R$ 0,65. Nestes 18 anos, a passagem aumentou 392%. O preço do Metrô subiu, entre 1995 e 2013, 300%. Já a inflação do período foi de aproximadamente 240%, de acordo com o IPCA. Caso a tarifa de ônibus acompanhasse a inflação, o valor cobrado ficaria em torno de R$ 1,50.
Desde 2005, quando o Bilhete Único foi estendido ao Metrô, a tarifa de ônibus subiu 60% --de R$ 2 para R$ 3,20--, ante 54% de inflação.
Subsídios
Ao anunciar que a tarifa seria reajustada abaixo da inflação entre janeiro de 2011 e março de 2013, Haddad afirmou que seria necessário aumentar os subsídios pagos às empresas privadas que operam o sistema municipal de ônibus na capital paulista para honrar os contratos.
Com isso, o total de subsídios neste ano chegará a R$ 1,25 bilhão, valor recorde. Antes do aumento, a prefeitura projetava gastar R$ 660 milhões com subsídios.
Embora a tarifa tenha sido reajustada acima da inflação nos últimos oito anos, o valor pago às empresas na forma de subsídios aumentou 458%, considerando o que será pago neste ano --em 2005, a administração pagou R$ 224 milhões.
Desde 2005, a prefeitura vem pagando às empresas de ônibus montantes superiores ao que estava previsto no orçamento. Entre 2005 e 2012, o total orçado em subsídios foi de R$ 3,2 bilhões, mas o montante pago às empresas foi de R$ 4,5 bilhões.
A reportagem procurou a SPTrans e questionou os motivos pelos quais o pagamento de subsídios vem, desde 2005, aumentando ano a ano, embora a passagem tenha subido acima da inflação.
Apesar de o questionamento ter sido enviado à estatal em 21 de maio, até o fechamento desta reportagem não houve resposta.
Protesto
Por conta do reajuste, manifestantes de várias organizações, entre elas o Movimento Passe Livre, irão organizar um protesto no próximo dia 6, a partir de 17h, em frente à prefeitura, no centro.
Até a noite do último dia 29, mais de 12.200 pessoas haviam confirmado, pelo Facebook, presença no ato.
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