Funcionários do Metrô aceitam proposta do governo e descartam greve
Em assembleia realizada na noite desta segunda-feira (3), os servidores do Metrô decidiram aceitar a proposta do governo Geraldo Alckmin (PSDB) e descartaram a possibilidade de greve. Com isso, todas as linhas do metrô funcionarão normalmente nesta terça-feira (4).
Em audiência com os metroviários realizada na tarde de hoje no TRT (Tribunal Regional do Trabalho), o Metrô ofereceu reajuste de cerca de 8%. Na semana passada, a empresa havia oferecido 6,42%, proposta que foi recusada pela categoria. Na ocasião, a paralisação não ocorreu porque os funcionários aguardavam a reunião de hoje.
Os metroviários também conseguiram reajustar alguns benefícios. O vale-refeição passará de R$ 23 para R$ 25,65 por dia (aumento de 11,5%), e o vale-alimentação irá de R$ 218 para R$ 247,69 mensais (alta de 13,6%), com o pagamento de um benefício a mais em dezembro --espécie de "cesta de Natal", segundo o sindicato.
Os metroviários pediam 7,3% de reposição da inflação, mais aumento real de 14,16%, além de R$ 382,71 de vale-alimentação por mês e R$ 28,50 de vale-refeição por dia.
A proposta do Metrô foi defendida pela diretoria do sindicato e recebeu a maioria dos votos na assembleia. De acordo com Altino Melo Prazeres, presidente do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, o Metrô ainda se comprometeu a, futuramente, avaliar outras reivindicações não atendidas neste momento, como equiparação salarial.
Negociações
Para o sindicalista, houve avanço significativo nas negociações. “Não há como negar que a proposta da empresa avançou", disse Prazeres, que ressaltou a participação do presidente do Metrô, Peter Walker, na audiência no TRT. "[O presidente] foi lá porque estava preocupado com a greve, com a força e com a mobilização da categoria. Nunca vi isso nos 18 anos em que estou no Metrô", disse.
"A proposta que a empresa fez ela não faria normalmente. Fez porque há indicativo de greve, porque há greve marcada para amanhã. Não é o acordo ideal, mas é um acordo possível", disse Prazeres antes da votação que decidiu o fim da greve.
O presidente do Metrô ressaltou que o aumento de gastos da empresa terá de ser custeado pelo governo estadual, já que a receita das passagens não será suficiente. “Vários assuntos pendentes nas contas do metrô, nós vamos regularizar na Secretaria de Fazenda”, disse Walker. Segundo a empresa, atualmente, a tarifa cobre o custo de operação, e os recursos do governo são destinados apenas à ampliação da rede.
O Metrô transporta cerca de 3,8 milhões de passageiros por dia, em média, segundo dados de 2012. Em caso de greve, apenas a linha 4 - amarela continuaria operando, já que foi concedida ao setor privado.
CPTM
Os ferroviários também descartaram a greve em quatro linhas da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) em assembleia realizada na noite desta segunda.
Os trabalhadores das linhas 8 - Diamante, 9 - Esmeralda, 11- Coral e 12 - Safira votariam a paralisação, mas o acordo firmado entre Metrô e metroviários aumentou a expectativa dos ferroviários, que decidiram aumentar a proposta a ser apresentada para a companhia amanhã: 6,77% de reposição da inflação, mais aumento real de 5%. De acordo os sindicalistas, a CPTM oferece 5,91% de correção, mais 1% de aumento real.
"Estava marcada [a votação] uma greve para hoje, mas a reunião do Metrô mudou o cenário, o governo cedeu, então nós vamos apresentar uma nova proposta amanhã", disse Everson Craveiro, representante do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias de Transporte de Passageiros da Zona Sorocabana, responsável pelas linhas 8 e 9.
As quatro linhas transportam cerca de 1,7 milhão de passageiros por dia, de acordo com a CPTM. (Com Agência Brasil)
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