Filho de suposto líder do PGC é encontrado morto em dunas da praia de Santa Catarina
A polícia de Santa Catarina encontrou na manhã desta terça (4) o corpo do adolescente Gabriel de Oliveira, 15, enterrado nas dunas da praia da Guarda do Embaú, na Grande Florianópolis.
Gabriel era filho de Rodrigo de Oliveira, o “Rodrigo da Pedra”, suspeito de ser o líder do PGC (Primeiro Grupo Catarinense), facção criminosa que comandou de dentro das cadeias as três recentes ondas de violência no Estado.
A Polícia Civil afirmou suspeitar de assassinato cometido por traficantes da região onde o corpo foi encontrado, que não saberiam a identidade do menor. O adolescente estava desaparecido desde a última quarta (29).
Ele tinha saído de casa, no morro do Horácio, QG externo da facção, na companhia de Júlio Thibes, 25, e Augusto Chagas, 22.
A mulher de Thibes deu queixa na polícia sobre o desaparecimento do marido, sem mencionar os amigos. Ela disse que ele tinha saído de casa com R$ 10 mil para comprar um terreno em Palhoça, cidade entre Florianópolis e a praia da Guarda.
Pás e boné sujo
A Polícia Civil investigava o sumiço de Thibes como alguma coisa relativa ao tráfico porque o irmão dele, apelidado “Dentinho”, já tinha sido assassinado em 2010, no mesmo morro do Horácio.
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No último dia 31, pescadores encontraram o carro de Thibes parcialmente afundado em um rio. Na noite dessa segunda-feira (3), a Polícia Militar encontrou pás e um boné sujo de sangue nas proximidades do rio.
O boné foi identificado pela família como sendo de Thibes. Seguindo nas buscas, a polícia encontrou os três corpos. Para o delegado da Polícia Civil Otavio Stahellin, responsável pelo caso, "mesmo sem a identificação oficial do Instituto de Perícia é possível afirmar que são os três desaparecidos".
Stahellin disse suspeitar que os adultos estariam levando o dinheiro não para comprar terrenos, mas sim para comprar drogas e armas. O adolescente morto estaria de carona.
Ondas de violência
Rodrigo da Pedra é o líder do PGC acusado pela Polícia Civil de deflagrar a primeira onda de violência em Santa Catarina, enquanto preso na cadeia de São Pedro de Âlcantara, na Grande Florianópolis, cumprindo pena por narcotráfico.
Teria partido dele a ordem para matar a mulher do diretor da cadeia, Carlos Alves, estopim da crise, em outubro de 2012. Em novembro, Rodrigo denunciou à Vara de Execuções Penais ter sofrido torturas nas mãos de Alves.
A polícia diz creditar que foi Rodrigo quem mandou gravar e distribuiu para jornalistas o primeiro vídeo com violência dos agentes do Deap (Departamento de Administração Prisional) contra detentos em São Pedro de Âlcantara, durante a primeira onda de violência.
Em fevereiro, já durante a segunda onda, Rodrigo da Pedra estava entre os 40 líderes do PGC transferidos para cárceres fora do Estado pela Força Nacional de Segurança Pública, do Ministério da Justiça.
A remoção dos líderes que comandavam fez os ataques cessarem, depois de 170 incidentes em 46 cidades, resultando em 72 ônibus incendiados. A terceira onda, iniciada em maio e de menor intensidade, já teve três ônibus destruídos. A mulher e dois cunhados de Rodrigo estão presos. O advogado dele não retornou as ligações.
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