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Não podemos aceitar que "minoria autoritária" espalhe o caos, diz Dilma sobre vandalismo

Fernanda Calgaro e Marina Motomura

Do UOL, em Brasília

21/06/2013 21h23Atualizada em 21/06/2013 23h06

Em pronunciamento em cadeia nacional de rádio e televisão nesta sexta-feira (21), a presidente Dilma Rousseff criticou a violência de "minorias" na onda de protestos que ocorre em várias cidades do país. “Não podemos conviver com essa violência que envergonha o Brasil.”

Assista à íntegra do discurso da presidente Dilma

A presidente chamou os vândalos de "minoria autoritária". “O governo e a sociedade não podem aceitar que uma minoria violenta e autoritária destrua o patrimônio público e privado, ataque templos, incendeie carros, apedreje ônibus e tente levar o caos aos nossos principais centros urbanos.”

Nesta sexta-feira, houve saques e atos de vandalismo nos protestos no Rio de Janeiro. Os ataques foram registrados na Barra da Tijuca e na Taquara, na zona oeste da cidade, e em pontos da Baixada Fluminense. Ontem, a Esplanada dos Ministérios, em Brasília, foi depredada na manifestação. O protesto foi marcado por alguns atos de vandalismo, como a depredação do Palácio do Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores, e a destruição de placas, pichação de prédios de ministérios e apedrejamento de monumentos, como a Catedral de Brasília. Houve atos isolados de vandalismo em outras cidades também.

“Se deixarmos que a violência nos faça perder o rumo, estaremos não apenas desperdiçando uma grande oportunidade histórica, como também correndo o risco de colocar muita coisa a perder”, afirmou logo no início do pronunciamento.

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“Os manifestantes têm o direito e a liberdade de questionar e criticar tudo. (...) Mas precisam fazer isso de forma pacífica e ordeira. Asseguro a vocês: vamos manter a ordem”, declarou.

A presidente falou ainda da luta do Brasil e, particularmente, de sua geração pela democracia. "O Brasil lutou muito para se tornar um país democrático. E também está lutando muito para se tornar um país mais justo. Não foi fácil chegar onde chegamos, como também não é fácil chegar onde desejam muitos dos que foram às ruas. Só tornaremos isso realidade se fortalecermos a democracia – o poder cidadão e os poderes da República.

"A minha geração lutou muito para que a voz das ruas fosse ouvida. Muitos foram perseguidos, torturados e morreram por isso. A voz das ruas precisa ser ouvida e respeitada, e ela não pode ser confundida com o barulho e a truculência de alguns arruaceiros", completou.

Além do pronunciamento de hoje, a presidente havia se manifestado em público outras duas vezes sobre os protestos.

A primeira foi em nota oficial na segunda-feira (17), em que disse apoiar as manifestações, desde que pacíficas.

Em seguida, na última terça (18), Dilma disse, em discurso lido em cerimônia no Palácio do Planalto, que o Brasil "acordou mais forte" depois dos protestos. Ela elogiou os manifestantes, a polícia, por não ter cometido excessos, e fez um autoelogio ao seu governo, que, segundo a presidente, "está ouvindo essas vozes por mudanças".

OS PROTESTOS EM IMAGENS (Clique na foto para ampliar)

  • Manifestante tenta invadir a sede da Prefeitura de São Paulo, na região central da cidade

  • Carro de TV Record é incendiado em frente à Prefeitura de São Paulo durante protestos

  • Manifestante corre ao lado de estabelecimento comercial em chamas no centro de São Paulo

  • PM espirra spray de pimenta em manifestante durante protesto no Rio

  • Em Brasília, manifestantes conseguiram invadir a área externa do Congresso Nacional

  • Milhares de manifestantes tomam a avenida Faria Lima, em SP

  • Após protesto calmo em SP, grupo tenta invadir o Palácio dos Bandeirantes, sede do governo

  • Manifestantes tentam invadir o Palácio Tiradentes, sede da Assembleia Legislativa do Rio

  • Um carro que estava estacionado em uma rua do centro do Rio foi virado e incendiado

  • Cláudia Romualdo, comandante do policiamento de Belo Horizonte, posa com manifestantes