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Todo dia é uma conquista, diz manifestante de Brasília sobre lei anticorrupção

Débora Melo

Do UOL, em Brasília

26/06/2013 19h09

Após a aprovação no Senado de um projeto de lei que endurece as penas contra crimes de corrupção, os manifestantes que protestam nas ruas de Brasília nesta quarta-feira (26) comemoraram o feito, mas disseram que ainda há muito a ser feito pelo governo.

Gabriel Dutra, 20 anos, ilustrador, um dos representantes da Marcha do Vinagre, disse que o projeto aprovado hoje "é muito importante. "A gente fica feliz, mas não para por aqui. A gente quer mais, os hospitais ainda não foram reformados. Todo dia é uma nova conquista, sem dúvida o movimento de massas tem mudado muito a situação no Brasil e acho que ainda tem muita mudança por vir", declarou. "A gente espera que vá pra frente, mas ainda existe muita corrupção."

Mapa dos protestos

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Para Guilherme Ávila, 27 anos, diagramador, este é apenas o primeiro passo para combater a corrupção. "Essa é só uma das leis que foram votadas. Acho que é a primeira de muitas que virão nesse período de crise. O povo não vai parar de pedir o fim da corrupção. Acredito que logo serão criados mecanismos de controle."

A técnica de enfermagem Ágata Cristina Nunes Lopes, 24 anos, aprovou a nova lei, que torna corrupção crime hediondo. "Tem que aumentar mesmo a pena e prender todos esses corruptos. A gente está lutando para que vá para a frente, para que isso seja mesmo aprovado."

O webdesigner Rodrigo Carvalho, 23 anos, comemorou a aprovação do projeto. "Acho que agora ficou de igual para igual, porque é a corrupção que gera todos os outros crimes. Com a corrupção, falta dinheiro para educação e o povo cai na marginalidade". Sobre a tramitação do projeto de lei, que ainda precisa passar pela Câmara dos Deputados, Rodrigo diz estar otimista. "A gente já entendeu que só vai para a frente sob pressão. O pivô [dos protestos] foram os 20 centavos em São Paulo, mas agora expandiu e os políticos estão acuados."

O protesto de hoje em Brasília, segundo a Polícia Militar, reunia cerca de 2.000 pessoas no final da tarde. Os manifestantes se dispersaram: parte foi para o Congresso Nacional e parte para o Eixo Monumental, próximo ao Estádio Nacional Mané Garrincha.

Entre as reivindicações dos manifestantes, estão a derrubada da PEC 33 (que submete algumas decisões do STF ao Congresso Nacional) e a tarifa zero nos transportes públicos.