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Cabral espera "clima de fraternidade, amor e carinho" durante Jornada

Julia Affonso

Do UOL, no Rio

19/07/2013 13h19

O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), afirmou nesta sexta-feira (19) que espera um "clima de fraternidade, amor e carinho" durante a passagem do papa Francisco pela capital fluminense.

Diversas manifestações estão sendo marcadas para ocorrerem durante a Jornada Mundial da Juventude. O governador confirmou que a cerimônia de boas vindas do papa na segunda-feira (22) acontecerá no Palácio Guanabara, sede do governo do Estado.

"Confirmo que será aqui [no Palácio] a visita de Vossa Santidade. O vice-presidente Michel Temer estará presente, oito governadores de Estado também. Tenho certeza que será um clima de amor, fraternidade e carinho”, disse. “Esses grupos de vândalos que tentarem prejudicar  não só a segunda feira, mas todo o evento do papa não terão condição de fazê-lo pela segurança e também pelo calor humano da população."

Contra protestos

As Forças Armadas farão uma linha de bloqueio no entorno do Campus Fidei, em Guaratiba, na zona oeste do Rio de Janeiro, palco principal da Jornada Mundial da Juventude, que impedirá a aproximação de grupos de manifestantes. O papa Francisco deve celebrar uma missa no local e fazer um pronunciamento durante a vigília que ocorrerá no terreno. Segundo José Alberto da Costa Abreu, comandante da 1ª Divisão de Exército e responsável por coordenar a "Operação Papa", no entanto, "um ou outro" cidadão disposto a protestar poderá "se infiltrar" na multidão de peregrinos.

Por isso, pessoas que exibirem cartazes com mensagens de protesto durante os eventos com a presença do papa Francisco poderão ser retiradas do Campus Fidei, segundo afirmou o general.

De acordo com ele, uma possível manifestação individual vai ser analisada pelos militares "de acordo com o calor do momento". Se for constatado algum ato com "potencial ofensivo ao papa", "a pessoa poderá ser convidada a se retirar", de acordo com o general, que não entrou em detalhes sobre o que poderia ser considerado "ofensivo". A utilização de máscaras, tal como tem ocorrido com frequência na onda de manifestações que se espalhou pela cidade, não será tolerada.

Em casos de violência ou vandalismo, o Exército estará apto a reprimir com "uso gradual da força", ou mesmo prender eventuais manifestantes. O poder de polícia foi dado ao Exército por força de uma GLO (Garantia da Lei e da Ordem) assinada pela presidente da República, Dilma Rousseff, que abrange apenas a área de Guaratiba.

Os militares não usarão nenhum tipo de armamento letal ou não letal de forma ostensiva dentro do Campus Fidei. Apenas os agentes especiais envolvidos no esquema (mobilizados para eventuais situações de risco) vão portar armas. O público que for a Guaratiba, porém, não as verá com facilidade, segundo o general Abreu. O mesmo não se aplica ao entorno do Campus Fidei, onde a segurança será reforçada pelos fuzileiros navais.

Além disso, apenas os peregrinos que estiverem na área mais próxima ao palco do Campus Fidei serão revistados. Barreiras serão feitas no raio de quatro quilômetros. Segundo o oficial, pessoas em atitudes suspeitas também serão revistadas.

Na noite de quarta-feira (17), um protesto realizado perto da casa do governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), terminou em confronto com a polícia, saques e depredações. Um grupo arremessou pedras e fogos de artifício nos policiais, que revidaram com bombas de efeito moral. Ao menos 15 pessoas foram detidas.