Líder do governo retira projeto que limita voto para senador a um candidato

O senador Randolfe Rodrigues (PT-AP) desistiu do projeto que propunha que, ao invés de dois votos, cada eleitor passaria a escolher somente um candidato ao Senado.

O que aconteceu

A proposta aparece como "retirada pelo autor" no sistema do Senado. O UOL questionou o senador, que é líder do governo, sobre o motivo da desistência. De acordo com Randolfe, o projeto foi retirado pois já existe um PL em tramitação no Congresso com o mesmo objetivo.

O projeto era visto como forma de beneficiar a esquerda. Nas eleições de 2026, haverá a substituição de 54 dos 81 senadores. Ou seja, cada eleitor poderá escolher dois candidatos.

Pela proposta de Randolfe, haveria somente um voto por pessoa. Desta forma, a distribuição dos votos seria diluída e um nome que aglutinasse apoio da esquerda teria mais chance de obter uma vaga. As eleições municipais mostraram prevalência do voto de direita e de centro.

Reação da direita

Jair Bolsonaro reclamou publicamente da proposta. Em postagem no X na noite de ontem, ele falou que a esquerda tinha medo de um "fracasso".

O ex-presidente conclamou a direita a derrubar o projeto. Bolsonaro acenou a lideranças informando que o PL, seu partido, deverá lançar um candidato por estado e a outra vaga ficará com legendas aliadas.

O bolsonarismo quer usar o Senado para emparedar o STF. O plano do ex-presidente e seus apoiadores é eleger pelo menos 30 políticos alinhados e assim ter um número próximo dos 54 votos para aprovar o impeachment de ministro do Supremo.

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Além de Bolsonaro, outros caciques da direita criticaram a proposta do líder do governo. Presidente do PP, o senador Ciro Nogueira (PP-PI) se disse "radicalmente contra" o projeto.

Líder da oposição, Rogério Marinho (PL-RN) foi duro. O senador declarou que a proposta revelava "casuísmos medo e truculência".

Líder do PL, Carlos Portinho (PL-RJ) acusou a esquerda de parcialidade. Ele disse que Randolfe Rodrigues não propunha mudar as regras em benefício do eleitor ou do sistema eleitoral, mas para ganhos políticos do governo.

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