Metrô reabre estações no Rio após paralisação de duas horas por falha de energia

Uma falha no sistema de distribuição de energia para os trilhos do metrô do Rio de Janeiro provocou nesta terça-feira (23) o fechamento de todas as estações das linhas 1 e 2, que passam por bairros das zonas sul, norte e central da cidade, por aproximadamente duas horas. Segundo a concessionária MetrôRio, as estações já foram reabertas.

A paralisação prejudicou a chegada de peregrinos a Copacabana, onde está o palco no qual será rezada a missa de abertura da JMJ (Jornada Mundial da Juventude), e também as pessoas que tentavam voltar do trabalho. Havia relatos de ônibus lotados e de veículos que não paravam nos pontos.

O problema foi causado pelo rompimento de um cabo de energia na altura da estação Uruguaiana --durante o reparo, as estações ficaram com apenas um terço da iluminação, de acordo com o MetrôRio. A falha não tem relação com o fornecimento geral de energia, segundo a Light, empresa que administra o serviço na capital fluminense.

Houve momentos de tensão na estação Botafogo do metrô. Quando a estação estava fechada, sem o funcionamento das linhas, e os portões foram abertos para o desembarque de passageiros no final da tarde, passageiros do lado de fora, impacientes e sem informação sobre o que estava acontecendo, tentaram invadir a estação. A polícia foi chamada para reforçar a segurança e evitar a entrada da multidão que se aglomerava no local.

Passageiros relataram falta de informação sobre as causas da interrupção dos serviços. Alguns disseram que ficaram mais de uma hora nos trens sem nenhuma informação. Peregrinos que participam da Jornada Mundial da Juventude e não conseguiram ir ao evento desta terça em Copacabana desistiram até de pegar ônibus, lotados, e resolveram andar até algum lugar onde conseguissem pegar transporte.

A dona de casa Ana Furtado da Silva afirmou ao UOL que tentava havia duas horas embarcar na estação Siqueira Campos. Ela conseguiu entrar na estação, e ficou uma hora esperando o trem na plataforma, mas desistiu e voltou para o lado de fora da estação.

A peregrina Paloma Oliveira, 20, natural de Lorena (SP), ficou uma hora e meia parada em um ponto de ônibus da Cinelândia, no centro. "Eu acho que isso foi falta de organização. Eles deveriam ter se preparado para receber tanta gente", disse ela, que tentava chegar a Copacabana para a missa de abertura.

Para a administradora Patrícia Ferraz Martins, 31, que trabalha no centro e mora na Barra da Tijuca, na zona oeste da cidade, a solução foi sentar em um restaurante e esperar o metrô voltar a funcionar e o movimento baixar.

"Minha primeira opção para voltar pra casa é pegar a integração do metrô. Até tentei pegar um táxi, durante meia hora, mas todos que passavam já tinham passageiros. Os ônibus também estão cheios", afirmou.

Patrícia contou ao UOL ter saído de casa achando que a volta seria tranquila. "Imaginei que fosse ser mais complicado nos dias dos eventos maiores, com o papa, quando vai ter feriado", comentou ela. O papa Francisco participará de dois atos centrais em Copacabana, na quinta (25) e na sexta (26).

O português João Cleaver, 38, residente nos Estados Unidos, está participando de sua segunda JMJ --a primeira foi em Sidney, na Austrália, em 2008. Para ele, a confusão é normal dada a grandiosidade do evento.

"É muita gente, já estávamos esperando isso", afirmou. O grupo do qual está fazendo parte, que tem pessoas dos Estados Unidos, Canadá, México e Nova Zelândia, aguardou pacientemente durante aproximadamente uma hora pela volta do metrô. Eles embarcaram às 19h.

Uma voluntária brasileira que está acompanhando os jovens, e não quis se identificar, disse que pediu desculpas aos estrangeiros pela "desorganização da cidade". "Ninguém criticou", disse ela.

Por volta das 17h, uma passageira que tentava embarcar na estação Carioca, no centro, relatou ao UOL que havia uma aglomeração de usuários no local. Houve boato de que uma bomba teria explodido dentro da estação, o que foi negado pela concessionária.

Nas redes sociais, há reclamações sobre filas e assaltos nas imediações das estações do metrô. "Evitem o METRO!!! Tudo parado, faltou energia no metro do Rio, confusão, assalto, caos total, policia, enfim, imagina a copa do mundo", afirmou um usuário do Instagram, rede social que divulga imagens, identificado como Márcio Santana. (Com informações de Gustavo Maia, Guilherme Balza e Hanrrikson de Andrade, no Rio de Janeiro)