Organização transfere eventos da Jornada para Copacabana; não há condições, diz prefeito
A organização da Jornada Mundial da Juventude transferiu a realização da vigília e da missa de encerramento da Jornada Mundial da Juventude, marcadas para acontecer respectivamente no sábado (27) e no domingo (28), do Campus Fidei, em Guaratiba (zona oeste do Rio de Janeiro), para Copacabana, na zona sul. Por conta do mau tempo, o Campus Fidei, local onde os peregrinos passariam a noite do fim de semana, está alagado. A informação é do prefeito da cidade, Eduardo Paes. "Não há condições de as pessoas dormirem no local no sábado", afirmou o prefeito em entrevista coletiva.
Questionado sobre o investimento feito para a construção do Campus Fidei, o prefeito disse que "não tinha condições de informar quando custou [a obra], pois não houve aporte de recursos públicos". Segundo Paes, a obra em Guaratiba "é do comitê organizador" da Jornada.
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse que a transferência dos eventos de Copacabana para Guaratiba é "consensual de todos os setores técnicos do evento". "A decisão por Copacabana é baseada em avaliações técnicas já existentes, e o Rio tem expertise em grandes eventos."
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Construído em uma área de terra, que precisou passar por terraplanagem e diversas obras para receber os estimados 1,5 milhão de peregrinos, o Campus Fidei não aguentou as chuvas que atingem o Rio desde o início da semana, segundo funcionários que trabalham no local.
Os organizadores do evento tiveram dois anos para selecionar e erguer o local que receberá os fiéis para uma vigília e, depois, para a missa do papa que também contará com a presença da presidente Dilma Rousseff, além de Cristina Kirchner e Nicolás Maduro.
Em outubro de 2011, os organizadores começaram a preparar a Jornada Mundial da Juventude e o local escolhido não era Guaratiba. Mas, por restrições militares, o espaço originalmente designado acabou sendo vetado. Os organizadores então tiveram outras cinco opções de local, entre elas manter o evento na praia de Copacabana, como os demais encontros da Jornada. Mas a opção final foi por Guaratiba para justamente retirar o evento do centro do Rio.
Acordados
Um grupo de 40 peregrinos de Londrina (PR) já planejava passar a noite em claro em Guaratiba. "Se a gente dormir no saco, nós vamos afundar naquela lama, então, vamos ficar acordados. Antes de chegar lá, nós vamos fazer a peregrinação de 13 km, e o saco vai fazer peso. Para levar e não usar, melhor não levar", disse a farmacêutica Renata Consenvan, 42, que está hospedada com o grupo em uma Paróquia em Maria da Graça, zona norte da capital fluminense.
Para a estudante Carolline Costa, 16, que também veio com o grupo, a estrutura da Jornada em Copacabana, zona sul, e no centro estão boas. Sobre Guaratiba, ela não sabia o que esperar.
"Não sabemos como vai ser, estamos indo na cara e na coragem. Acho que eles deveriam ter se preparado melhor. Pensando nas possibilidades em caso de chuva, de neve, de tudo", diz a peregrina.
Outro problema
Considerado como o principal legado social da Jornada, o novo complexo para internação de dependentes químicos no Hospital São Francisco de Assis, na Usina (zona norte), não ficará pronta a tempo. A ideia original era que a ala fosse inaugurada hoje durante a visita do papa Francisco. Agora, a previsão é que só seja inaugurado em agosto.
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"Trabalhamos 24 horas por meses, mas o prédio apresentou surpresas durante o trabalho. A inauguração não será hoje, mas sim daqui a um mês", afirmou o frei Paulo Batista, diretor do hospital. A programação da visita do pontífice, no entanto, está mantida. Ele deverá conversar com dependentes químicos já atendidos por entidades religiosas e conhecer as instalações atuais e as que estão em obras.
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