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'O sucesso de SP faz parte do sucesso do Brasil', afirma Haddad

Gil Alessi

Do UOL, em São Paulo

31/07/2013 12h09Atualizada em 31/07/2013 13h30

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), usou a cerimônia que oficializa a destinação de R$ 8 bilhões em investimentos federais para a capital paulista, nesta quarta-feira (31), para criticar a falta de parcerias entre o município e o governo federal que ocorria nos últimos anos.

“Eu não tenho lembrança de um presidente da República vir a São Paulo anunciar um pacote de medidas tão amplo e que dialoga com tantos bairros da cidade [como esse]”, afirmou.

O anúncio dos recursos é uma resposta do governo federal aos protestos de junho, que se espalharam pelo país a partir da capital paulista. Dilma também busca fortalecer Haddad no maior palanque eleitoral do país.

"Nós somos grandes demais para nos isolarmos"

Segundo o prefeito, São Paulo tem 1,5 mil km2 de área e, do ponto de vista territorial, é uma cidade média. Mas reúne 11 milhões de habitantes – 5% da população do país – e produz 12% da riqueza nacional. Para o prefeito, investimentos federais nas cidades são uma das chaves para retomar o crescimento econômico do país.

Investimentos federais na cidade de São Paulo

ProgramaValor dos investimentos
Drenagem em córregos como morro do S e Paciência, entre outrosR$ 1,4 bilhão + R$ 254 milhões Programa Minha Casa Minha Vida
Projeto Mananciais (construção de 15 mil unidades do Programa Minha Casa Minha Vida)R$ 2,2 bilhão + R$ 1,1 bilhão Programa Minha Casa Minha Vida
Mobilidade urbanaR$ 3,1 bilhões

Haddad também disse ser errado que a cidade de São Paulo, por ser grande e rica, se isole dos fluxos de investimento público federais. “Foi um equívoco achar que nossa grandeza nos dava condições de isolamento. É o contrário, aquele que é grande não pode se isolar. O sucesso de São Paulo faz parte do sucesso do Brasil”, afirmou.

No evento, a presidente Dilma Rousseff disse que a cidade de São Paulo representa o maior desafio na mobilidade urbana do país.

Sabatina

Na terça-feira (30), em sabatina realizada pela Folha e pelo UOL, o prefeito anunciou que o governo federal investiria R$ 8 bilhões na cidade por meio do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) São Paulo. O principal gasto, de R$ 3,3 bilhões, será na recuperação de mananciais, à frente dos corredores de ônibus, com R$ 3,1 bilhões, afirmou Haddad.

Ele também informou que a Planta Genérica de Valores (PGV) --documento que contém o valor do metro quadrado das áreas da cidade-- será reajustada em 2014. Com isso, o IPTU (Imposto Predial Territorial Urbano) da maioria dos moradores da capital paulista deverá subir.

Sobre a questão dos transportes, o prefeito disse que ainda que existe um oligopólio na produção de ônibus, o que ajuda a encarecer o custo do transporte público.

"Precisamos escancarar os problemas que enfrentamos. A produção de ônibus no Brasil é muito concentrada, com duas ou três empresas na produção", disse. "É um modelo oligopolizado já na produção. Há uma dificuldade, uma barreira de entrada de novos atores no mercado. Quem é que tem 1.000, 2.000, 5.000 ônibus para disputar o mercado agora."

Haddad afirmou que, segundo estudo, algumas avenidas que levam ao centro expandido acabam diminuindo o efeito do rodízio. "A ideia não era expandir nem os dias nem os horários, mas estender para essas artérias, dando conta de que elas são responsáveis por 20% do trânsito."

A decisão, contudo, não será tomada de supetão. "Cabe uma discussão com a sociedade. Podemos testar hipóteses, durante um mês ou uma semana."