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Polícia investiga suicídio de suspeito dentro de carro da PM em Limeira (SP)

Eduardo Schiavoni

Do UOL, em Americana (SP)

17/09/2013 16h36

As polícias Civil e Militar de Limeira (151 km de São Paulo) irão investigar a morte de um suspeito que levou um tiro na cabeça dentro de um carro da PM (Polícia Militar).

José Guilherme da Silva, 19, desempregado, foi abordado após ter roubado uma mercearia, colocado no carro e, mesmo algemado, segundo a versão da polícia, conseguiu sacar uma arma e atirar contra a própria cabeça.

O caso, registrado em princípio como roubo e suicídio, será investigado pela DIG (Delegacia de Investigações Gerais). A família disse não acreditar na hipótese de suicídio.

A PM informou que o tiro teria sido dado de baixo para cima, pelo próprio rapaz, atingindo a têmpora do lado direito.

Três policiais participaram da ação e a PM informou que houve uma "falha procedimental" do policial que revistou  o rapaz antes de colocá-lo no compartimento de presos. O agente não teria percebido que o suspeito trazia um revólver calibre 32. Essa falha será alvo de apuração, segundo a assessoria de imprensa da instituição.

Segundo o pai de José Guilherme, a arma que matou seu filho era calibre 38.

Ainda segundo o comando do 36º Batalhão da PM de Limeira, de onde são os policiais, os três agentes envolvidos foram retirados das ruas até o fim do inquérito.

As armas da PM e pessoais dos militares foram apreendidas para vão passar por exame de balística.

A DIG informou que o caso será investigado e que nenhum comentário sobre o assunto seria feito para que as investigações não fossem prejudicadas.

Abordagem

Silva estava com um amigo, de 20 anos, em uma moto, quando foi abordado por policiais militares da Força Tática, na Avenida Laranjeiras, em Limeira.

Enquanto abordava a dupla, os PMs receberam a informação de que uma pessoa havia sido baleada em um assalto a um comércio nas imediações. 

Nesse momento, familiares de Silva chegaram ao local e a dupla foi reconhecida por testemunhas. Eles foram autuados e Silva chegou a confirmar com a mãe, Cláudia Silva, que tinha feito o roubo.

“Ele pediu perdão e me abraçou”, disse.

A mãe relatou que o seu filho foi algemado e colocado no carro da PM.

De acordo com a versão da polícia, o rapaz era encaminhado para a delegacia quando os policiais ouviram um disparo vindo do compartimento onde o preso estava.

Após perceberem que o suspeito tinha sido baleado, os PMs o levaram ao hospital, onde ele chegou vivo, mas morreu minutos depois. O outro suspeito foi levado à delegacia e preso.

Família

A família da vítima disse não acreditar na versão da polícia.

“Agora me diz, como uma pessoa algemada, com as mãos para trás, pode atirar na cabeça? Não tem sentido”, disse a mãe do rapaz. 

O pai do suspeito, José Silva, quer que a polícia investigue o caso e forneça proteção policial à família. “Meu filho foi executado. Se eles mataram o menino desse jeito, podem fazer a mesma coisa com a gente”, disse.