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Após operação, polícia tenta seduzir moradores de favela do Rio com passeios a cavalo

Giuliander Carpes

Do UOL, no Rio de Janeiro

06/10/2013 13h14

Após a operação para instalar UPPs (Unidade de Polícia Pacificadora) no Complexo de favelas do Lins de Vasconcelos, na zona norte do Rio de Janeiro, a polícia iniciou uma tentativa de aproximação com os moradores com ajuda de sua cavalaria.

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Foram utilizados 30 cavalos na operação de ocupação das 13 comunidades do complexo. Boa parte deles acabou sendo montada por crianças das favelas. Eram meninas e meninos como Andrey Felipe Macedo Pinheiro, de 8 anos, que teve o seu primeiro contato com um animal do gênero sobre a égua Senhora, da soldado Flávia Cerpa, 29 anos. 

"Eu gostei. O cavalo é bem mansinho", comentou o garoto, que ficou até em pé sobre a égua. 

"É uma situação que estamos utilizando para tentar quebrar o gelo. Se você conquistar a criança, se estabelece uma relação de confiança com a polícia que vai ficar aqui para implantar a UPP ", afirmou o subcomandante da cavalaria da polícia militar do Rio, tentente-coronel Edson Muniz. 

Mas nem todo mundo se rendeu aos encantos oferecidos pela polícia. O menino Denilson dos Santos, de 11 anos, bem que gostaria, mas sua mãe Mariliza retirou o garoto do meio dos animais. "Já sei andar, mas nunca num cavalo alto desses", disse o jovem.

Saiba como foi a operação

O tenente-coronel Muniz minimizou a situação. "As famílias estão com medo ainda. Isso é normal. Mas estamos aqui para mostrar que somos amigos", disse o policial. 

Durante o hasteamento da bandeira do Brasil em praça na comunidade de Cachoeirinha - símbolo do processo de ocupação da favela -, havia menos de 30 moradores de no local.

Os soldados da cavalaria, segundo a PM, são especializados em ecoterapia. “O cavalo não é mais aquele de 1968 da repressão. Os nossos cavaleiros são fisioterapeutas, têm formação, estão acostumados a tratar crianças com deficiência. Os ídolos destes jovens não pode mais ser o traficante.”

O uso dos cavalos com as crianças virou estratégia de aproximação da polícia com a comunidade a partir da ocupação das favelas do Jacarezinho e Manguinhos, neste ano.