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Cães retirados de laboratório foram levados para casa de manifestantes e irão para adoção

Do UOL, em São Paulo

18/10/2013 10h19

Os cães retirados do Instituto Royal em São Roque (a 66 km da capital paulista) na madrugada desta sexta-feira (18) foram levados para as casas dos manifestantes que invadiram o local, segundo informou uma das ativistas que participou da ação.

Evelise Paula Morais disse que os animais serão levados a clínicas veterinárias e depois serão castrados e encaminhados para adoção. Uma página do Facebook foi colocada no ar esta manhã oferecendo os cachorros resgatados para adoção.

Por volta das 2h desta sexta-feira, um grupo de ao menos cem pessoas entrou na empresa, que utiliza animais em pesquisas farmacêuticas, e retirou cerca de 200 cães da raça beagle, além de coelhos. Eles acusam o laboratório de maus-tratos contra os animais.

 

 

A Polícia Militar foi acionada e retirou os manifestantes do local. Segundo a ativista Natália Rodrigues Lopes, o protesto começou a ser dispersado por volta de 2h35. Alguns manifestantes foram encaminhados para a delegacia de São Roque para prestar depoimento, mas ninguém foi detido.

Segundo Morais, muitos ativistas permaneciam em frente à delegacia na manhã desta sexta, protestando contra a gerente do instituto, Silvia Ortiz, que prestou depoimento esta manhã.

De acordo com o telejornal "Bom dia São Paulo", Ortiz classificou a invasão como um "ato de terrorismo". A gerente afirmou que o laboratório segue todas as regras estipuladas pela Anvisa.

 

 

Cachorros são usados em pesquisa

Os cães são usados em pesquisas de medicamentos que serão lançados. O objetivo é verificar a existência de possíveis reações adversas, como vômito, diarreia, perda de coordenação e até convulsões.

Uma denúncia feita contra o instituto em 2012 afirma que, em muitas das pesquisas, os cães acabam sacrificados antes mesmo de completarem um ano, para que se possa avaliar os efeitos dos remédios nos órgãos dos bichos.

A empresa disponibiliza em seu site um texto intitulado "Métodos alternativos ao uso de animais" que defende o uso de animais nas pesquisas, mas com "a busca e desenvolvimento tecnológico que minimizassem a incidência e a severidade de procedimentos científicos em animais".

Uma lei de 2008 permite o uso de animais em pesquisas científicas no Brasil, sob supervisão do Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (Concea). No site da ONG Peta no Brasil é possível ver uma lista das empresas brasileiras que realizam testes com e sem animais.