Justiça de São Paulo nega pedido de habeas corpus a padrasto de Joaquim
O TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) negou nesta sexta-feira (29) o pedido de habeas corpus da prisão temporária feito pela defesa de Guilherme Longo, 28, padrasto do Joaquim Ponte, 3.
O menino foi encontrado morto no rio Pardo, em Barretos (423 km de São Paulo) em 10 de novembro, cinco dias depois de registrado seu desaparecimento em Ribeirão Preto (400 km de São Paulo), onde morava com a mãe Natália Ponte, 29, e o padrasto. O casal está preso desde o dia 10 e Longo é considerado o principal suspeito da morte.
Leia mais
- PMs gravaram conversa entre mãe e padrasto de Joaquim no dia do sumiço da criança
- Ausência de agressão constitui prova contra mãe e padrasto de Joaquim, diz delegado
- Mãe de Joaquim pode ser indiciada por omissão, diz promotor de Justiça
- Laudo do IML descarta agressão física como causa da morte de Joaquim
O pedido negado pelo desembargador Péricles Pisa, do TJ-SP, garante que Longo permanecerá preso até pelo menos o cumprimento da prisão temporária de 30 dias. O tribunal, no entanto, não quis informar as causas da negativa porque o inquérito corre em sigilo. A defesa de Longo disse que vai recorrer da decisão na próxima semana.
“A liminar foi negada porque disseram que não havia urgência. Mas vou entrar com agravo regimental já na segunda-feira”, disse Antônio Carlos Oliveira, advogado de Longo.
Ainda segundo Oliveira, o padrasto deve voltar a depor na próxima terça-feira (3) na DIG (Delegacia de Investigações Gerais), em Ribeirão Preto. Hoje ele foi transferido ao local onde deveria conversar com uma psicóloga, mas, segundo o advogado, a conversa não ocorreu e ele volta para a penitenciária de Barretos, onde está preso.
Essa não é a primeira vez que o depoimento de Longo é adiado, o que intriga o advogado.
“Isso vem acontecendo. Não é normal, mas não sei por que está acontecendo”, disse.
Entenda o caso
Na versão do casal, Joaquim desapareceu na madrugada de 5 de novembro quando o casal estava dormindo. Segundo Natália, ela medicou o filho com insulina, pois ele era diabético, e foi se deitar. Assumidamente usuário de drogas, Longo afirmou que saiu de casa durante a noite para comprar cocaína e, sem sucesso, voltou 40 minutos depois e não encontrou mais Joaquim. A polícia trabalha com a hipótese da criança ter morrido em decorrência de uma dose excessiva de insulina, já que o laudo do IML comprovou que a causa da morte de Joaquim não está relacionada à violência física ou afogamento.
Mas contradições nessa versão vêm surgindo desde então. Com a quebra do sigilo telefônico deles, a polícia descobriu que Longo chamou a polícia no dia do desaparecimento, ao contrário do que tinha dito em seu primeiro depoimento. Na reconstituição realizada em 22 de novembro, o trajeto feito naquela noite pelo padrasto foi feito na metade do tempo informado por ele.
Nesta semana outra informação sobre o casal veio à tona. Uma gravação feita por policiais militares que foram fazer a ocorrência do desaparecimento de Joaquim registrou uma conversa do casal na qual Natália questiona Longo sobre o desaparecimento da criança. Os PMs foram ouvidos pela polícia civil de Ribeirão Preto nesta quinta-feira (28).
Dias antes, Natália disse em depoimento que acreditava na possibilidade de o companheiro ter matado Joaquim. A afirmação é vista como importante para ajudar a elucidar o caso. Ela ainda reafirmou que Longo era ciumento e agressivo. Longo nega as acusações.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.