Espancada por fisiculturista parece que foi atropelada por carro, diz laudo
A Polícia Civil de Goiás indiciou por feminicídio o fisiculturista Igor Porto Galvão pelo assassinato da esposa, Marcela Luise de Souza Ferreira, que morreu vítima de espancamento.
O que aconteceu
Marcela tinha ferimentos no corpo que pareciam ter sido provocados por um acidente de carro. Segundo informações da delegada Bruna Coelho, o laudo feito pelo médico legista contrapôs a versão apresentada pelo fisiculturista de que a mulher teria sofrido uma queda do equivalente a própria altura.
O médico legista chegou a dizer que [as lesões] são compatíveis com a queda de grandes alturas ou até mesmo [com fraturas provocadas] em acidentes automobilísticos por conta da extensão.
Bruna Coelho, delegada da PCGO
Fisiculturista tinha a intenção de matar a esposa. "Não há dúvidas que a intenção dele era realmente matar a companheira. Pelos elementos que nós colhemos, observamos que as lesões são totalmente incompatíveis com uma queda da própria altura", declarou a delegada.
Igor espancou Marcela com socos e chutes e tinha um comportamento "agressivo e explosivo", ressaltou Coelho. De acordo com a investigação, testemunhas descreveram o fisiculturista como uma pessoa "encrenqueira", que costumava se envolver em discussões.
Vídeo mostra o momento em que Igor levou Marcela para o hospital. Nas imagens, é possível ver o fisiculturista, sem camisa, retirar a esposa de dentro de um carro com a ajuda de funcionários da unidade de saúde. Marcela foi hospitalizada no dia 10 de maio e passou dez dias internada até vir a óbito em decorrência das lesões sofridas.
Suspeito tinha histórico de violência contra a mulher. Igor já havia sido denunciado com base na lei Maria da Penha por um ex-namorada e pela própria Marcela, que chegou a ter uma medida protetiva contra o fisiculturista. Conforme a delegada, na época a vítima e o marido viviam no Distrito Federal, mas a medida foi arquivada um mês depois porque os dois reataram o relacionamento.
Defesa de Igor disse lamentar a morte de Marcela, mas afirmou não haver provas que sustentem a prisão preventiva do fisiculturista. Em nota, a defesa alegou que seu cliente "não interferiu no bom andamento da investigação" e que a perícia realizada pela polícia foi "inconclusiva".
A defesa vai entrar com os pedidos cabíveis a fim de que a prisão preventiva seja substituída por medidas cautelares diferentes do cárcere. Toda e qualquer manifestação adicional se dará preferencialmente nos autos processuais.
Defesa de Igor Porto Galvão em nota
Relembre o caso
Igor levou Marcela ao hospital de Goiânia alegando que ela caiu da própria altura, informou a Polícia Civil. O socorro foi registrado em 10 de maio. A mulher passou 10 dias em coma antes de morrer.
A equipe da unidade de saúde desconfiou dos ferimentos de Marcela. A polícia foi acionada e, diante do histórico de violência do homem, inclusive contra uma ex-namorada, o prendeu preventivamente.
Nas redes sociais, ele se apresentava como nutricionista e coach fitness. O perfil dele, com mais de 12 mil seguidores, foi fechado no último domingo.
Em caso de violência, denuncie
Ao presenciar um episódio de agressão contra mulheres, ligue para 190 e denuncie.
Casos de violência doméstica são, na maior parte das vezes, cometidos por parceiros ou ex-companheiros das mulheres, mas a Lei Maria da Penha também pode ser aplicada em agressões cometidas por familiares.
Também é possível realizar denúncias pelo número 180 — Central de Atendimento à Mulher — e do Disque 100, que apura violações aos direitos humanos.
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