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Após 48 horas, bombeiros devem rever estratégia de busca por operário soterrado

Do UOL, em São Paulo

04/12/2013 19h20

O desabamento de um prédio em construção em Guarulhos (Grande São Paulo) completou 48 horas às 19h20 desta quarta-feira (4). Com isso, a estratégia de busca pelo operário e vigia Edenilson Jesus dos Santos, 24, que está soterrado, deverá ser revista pelo Corpo de Bombeiros.

A equipe que trabalha no resgate vai se reunir para decidir que técnica adotar a partir de agora. As buscas, que estão sendo feitas de forma manual, deverão ganhar máquinas pesadas, segundo informou pela manhã o capitão Palumbo, dos bombeiros, à Agência Brasil.

Local do acidente

“Depois de 48 horas de buscas, vamos começar a entrar com o maquinário mais pesado, que terá mais efetividade. São convenções internacionais”, disse Palumbo mais cedo.

Segundo os bombeiros, 51 homens trabalham na busca pelo trabalhador, que está concentrada no segundo subsolo do prédio, onde funcionava o alojamento da obra. O local foi indicado pelos cães farejadores.

Ontem, os bombeiros conseguiram chegar até a cama do operário e a um chuveiro, que ainda estava ligado. A carteira de identidade de Edenilson também foi encontrada pelos bombeiros.

Fiscalização

A Prefeitura de Guarulhos informou nesta quarta-feira que a obra foi fiscalizada no último mês de setembro e que, na ocasião, o fiscal relatou que a construção estava “em fase de concretagem para a terceira laje" e que a execução da obra acontecia "em conformidade com as determinações contidas no projeto licenciado”.

A empresa responsável pela obra, Salema Comércio, Construção e Projetos Ltda, tinha alvará de construção emitido em 23 de novembro de 2012 para a construção de prédio residencial de 30 apartamentos e dois salões comerciais.

Ainda segundo a prefeitura, em 14 de maio deste ano a empresa solicitou que o projeto fosse substituído, acrescentando um mezanino em um dos salões comerciais, e o alvará foi expedido em 6 de novembro deste ano.

Investigação

O engenheiro responsável pela obra é investigado pelo Crea-SP (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado de São Paulo) em três processos. Segundo a entidade, ainda há contra ele uma denúncia em apuração. Hoje, o conselho informou que instaurou um processo administrativo contra o engenheiro e a construtora do prédio.

A Polícia Civil e o MPT (ministério Público do Trabalho) também investigam o caso.