Vítimas de desabamento na zona leste de SP serão indenizadas em R$ 3,5 mi

As famílias dos dez trabalhadores mortos e dos 26 feridos em desabamento de um prédio em São Mateus, na zona leste de São Paulo, em 27 de agosto deste ano, receberão R$ 3,5 milhões como indenização. O valor foi acertado durante audiência realizada nesta sexta-feira (13) e será pago pela Magazine Torra Torra --loja que estava sendo construída no local-- e pela Jams Empreendimentos Agrícolas Ltda, dona do terreno.

O valor da indenização será dividido em oito parcelas, que começam a ser pagas em 8 de janeiro. As famílias dos dez funcionários mortos vão receber R$ 165 mil cada uma, assim como um trabalhador que teve partes do corpo amputadas.

Cinco funcionários que tiveram ferimentos graves vão ser indenizados em R$ 100 mil e outros 20, que tiveram ferimentos leves, receberão R$ 35 mil cada.

Além disso, a Magazine Torra Torra e a Jams Empreendimentos Agrícolas Ltda terão de pagar mais R$ 500 mil por dano moral coletivo. O valor será dividido igualmente entre os 26 feridos e as famílias dos dez mortos.

Segundo o Tribunal Regional do Trabalho da 2ª região, a Salvatta Engenharia, responsável pela reforma no imóvel, não foi incluída no acordo "por se tratar de empresa economicamente incapaz", informou o tribunal.

As partes chegaram a um acordo em audiência que durou cinco horas na 63ª Vara do Trabalho de São Paulo, no Fórum Ruy Barbosa, na Barra Funda, zona oeste da capital, presidida pela juíza Mylene Pereira Ramos. A decisão não cabe recurso.

Participaram da audiência o Ministério Público do Trabalho, autor da ação, os trabalhadores que prestavam serviço na obra que desmoronou, parentes dos mortos e os 11 reús do processo.

Investigação

A Polícia Civil indiciou esta semana sob suspeita de desabamento doloso (com intenção) o dono do prédio e um dos responsáveis pela obra do edifício.

Para a polícia, Mustafa Abdallah Mustafa, 48, proprietário, e Alberto Alves Pereira, 47, apontado como responsável pela obra, não seguiram o projeto e, por isso, assumiram o risco de acidente.

Segundo o delegado Luiz Carlos Uzelin, outras testemunhas serão ouvidas. O laudos que vão indicar a causa do desabamento não estão prontos.