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Após 24 h de buscas, bombeiro compara desabamento em SP a cratera no metrô

Janaina Garcia

Do UOL, em São Paulo

28/08/2013 09h27Atualizada em 28/08/2013 09h54

Os trabalhos de busca por desaparecidos após o desabamento de um prédio comercial em São Mateus, zona leste de São Paulo, completaram 24 horas na manhã desta quarta-feira (28) e entraram na fase de varredura do local. Ao menos oito pessoas morreram e outras 26 ficaram feridas no acidente, registrado na manhã de terça (27), na avenida Mateo Bei.

Para o tenente Kléber do Vale, um dos porta-vozes dos bombeiros e que acompanha as buscas no local, o grau de complexidade da operação pode ser comparado ao de outras tragédias que marcaram a história de atividades da corporação: o desabamento na estação de metrô Pinheiros, então em construção, no ano de 2007, e a queda do teto da igreja Renascer, no Cambuci (região central de SP), em 2009.

Construção que desabou fica na zona leste de SP

Na estação hoje em operação pela linha 4-amarela, o desmoronamento ocorrido em 12 de janeiro de 2007 abriu uma cratera que soterrou e matou sete pessoas. Já o desabamento do teto da igreja, em 18 de janeiro de 2009, deixou nove mortos e mais de cem feridos.

“Pelo número de vítimas que esse desabamento envolveu, posso dizer que os trabalhos [dos bombeiros] se assemelham ao que fizemos no buraco do metrô e no desabamento da igreja. Estamos preparados para esse tipo de operação”, disse o porta-voz.

De acordo com o tenente, cerca de 60 homens trabalhavam hoje de manhã tentando localizar os dois desparecidos --supostos operários da obra que era realizada havia cerca de três meses na avenida Mateo Bei. Cães farejadores auxiliam as buscas. No pico do atendimento da emergência, ontem, foram 150 homens envolvidos.

“Agora de manhã começamos uma limpeza da área com máquinas maiores, uma espécie de varredura lateral. E os trabalhos ficam concentrados, bem pontuais, onde testemunhas indicaram que pode haver vítimas”, afirmou.

Para o bombeiro, "as buscas acontecem sempre com a perspectiva de se encontrarem pessoas com vida". Mas ele admite: "Conforme o tempo passa, essas chances [de localizar sobreviventes] diminuem, sim."

A perícia técnica só poderá ser iniciada no local do desabamento após o encerramento das buscas, que atravessaram a madrugada. O caso é investigado pelo 49º DP, em São Mateus, onde os responsáveis pela obra devem começar a depor ainda hoje.