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Shoppings estão abertos a todos, mas "bandos" não serão tolerados, diz associação de lojistas

Fabiana Maranhão

Do UOL, em São Paulo

22/01/2014 10h12Atualizada em 22/01/2014 11h55

Os shoppings estão abertos à população, sem restrição, afirmou nesta quarta-feira (22) o presidente da Alshop (Associação Brasileira de Lojistas de Shopping), Nabil Sahyoun. No entanto, ele disse que "bandos" não serão tolerados.

"Todas as pessoas são bem-vindas aos shoppings do Brasil, sem distinção de qualquer tipo de pessoa da sociedade brasileira.[...] Os shoppings estão abertos. Não existe restrição, não existe segregação de forma alguma", disse Sahyoun. Ele destacou que "qualquer um pode entrar".

O presidente da associação disse, no entanto, que a entidade é contra aglomeração dentro dos shoppings. "Vocês não poderão entrar em 'bando', mas individualmente todos poderão entrar.[...] Não podemos permitir que 2.000, 3.000 pessoas entrem ao mesmo tempo", enfatizou.

Segundo ele, os shoppings não vão tolerar que "um grupo de 1.000 pessoas entre no shopping center para fazer seu baile funk".

"A gente não pode permitir em respeito à segurança de todos eles, inclusive desses jovens que estão lá, porque pode acontecer alguma fatalidade, alguém pode ser pisoteado".

Questionado pela reportagem do UOL se grupos menores que 1.000 pessoas poderiam ter acesso tranquilamente aos centros comerciais, Sahyoun não quis estabelecer uma quantidade.

"Eu não posso estabelecer número, até 1.000, 500, 400 pessoas. O que não pode é um grupo que entre para fazer um baile funk nos corredores do shopping", explicou o presidente da entidade.

Questionado ainda se um grupo de cem pessoas juntas poderia entrar sem problema nos shoppings, ele insistiu em dizer que não há uma quantidade determinada.

"Se cem pessoas se organizarem para fazer um baile dentro do shopping, não vai poder entrar. Mas se um grupo de quatro, cinco pessoas, que saem da faculdade, da escola, que queiram ir para o shopping, para o cinema, praça de alimentação, bater papo entre eles, claro que vai ser permitido", detalhou.

Sahyoun disse ainda que cada shopping tem autonomia para escolher de que forma vai agir para impedir a entrada de grandes grupos nos estabelecimentos, seja entrando com pedidos de liminares na Justiça ou fechando as portas. 

De acordo com a associação, 450 milhões de pessoas passam pelos shoppings do país todo mês. Os centros comerciais abrigam mais de 120 mil lojas, que empregam 1,5 milhões de trabalhadores.

Prejuízos

A Alshop estima que o movimento nos estabelecimentos em dias de "rolezinhos" tenha caído pelo menos 25%, afetando o faturamento das lojas.

"Tivemos reclamações de vendedores dentro dessas lojas, com comissões diminuindo", disse Sahyoun, sem precisar o impacto financeiro.
 
Ele afirmou que os "rolezinhos" afetam a atividade do varejo, ressalvando, por outro lado, "que as manifestações de junho do ano passado trouxeram muito mais prejuízo do que esses movimentos que acontecem hoje".
 

Clique na imagem e teste seus conhecimentos sobre 'rolezinho'

  • Bruno Poletti/Folhapress
A onda de "rolezinhos", que chegam a reunir milhares de jovens, começou em dezembro do ano passado em shoppings de São Paulo e se espalhou por outras cidades.
 
Donos dos centros comerciais conseguiram, na Justiça, barrar a realização de alguns desses encontros, com multa de R$ 10 mil para quem insistisse em fazer o "rolezinho".
 

Espaços públicos para jovens

Em uma reunião de representantes da Alshop com o governador Geraldo Alckimin (PSDB), realizada na noite desta terça-feira (21), o governo estadual se comprometeu, segundo o presidente da entidade, a tomar medidas para atender as reivindicações dos jovens por espaços de lazer.

"O governador disse que nas próximas semanas secretarias vão realizar um levantamento de áreas disponíveis no Estado que possam abrigar festas e outros eventos culturais", relatou.

"Os shoppings estão à disposição para ajudar a organizar os eventos, podendo estebelecer algum tipo de patrocínio dentros dessas áreas", acrescentou.

Sahyoun afirmou que no dia 29 deste mês vai se reunir em Brasília com o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, e outros ministros para discutir o tema. A associação também terá encontros com a Prefeitura de São Paulo e a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). (Com a Reuters)