Rezar para São Pedro não é política energética, diz Economist sobre Brasil
A situação energética no Brasil é tema de matéria na revista britânica "The Economist" desta semana. A reportagem fez uma crítica, ao afirmar que “rezar para São Pedro não é bem uma política energética”, e aponta para uma iminente crise de energia elétrica no país. Folcloricamente, São Pedro é visto como o santo que traz chuva.
“As hidrelétrica geram 80% da eletricidade do Brasil. Normalmente, os reservatórios enchem na época das chuvas, de dezembro a março, e esvaziam durante o inverno seco. Este ano, São Pedro tem economizado”, diz o texto da revista.
A publicação associa o baixo nível de água dos reservatórios brasileiros com o aumento do consumo de energia e a política energética do governo federal. Segundo a revista, em janeiro, durante o um verão muito quente, foram gastos 10% a mais de energia do que no mesmo período em 2013. A demanda chegou a um máximo histórico de 86 gigawatts em 6 de fevereiro, e o "Ministério de Minas e Energia insiste em dizer que o Brasil tem uma capacidade excedente à demanda", diz o texto.
Para controlar a crise energética, a "Economist" afirma que dificilmente a presidente Dilma Rousseff aumentaria o preço da eletricidade no país. “Isso iria conter a demanda, mas atiçaria a já alta inflação, bem como a ira dos eleitores."
Reajuste em pauta
No início da semana, o governo colocou em pauta uma proposta de reajuste de 4,6% no preço da energia. Na quinta-feira (13), o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, voltou a dizer que o sistema elétrico brasileiro opera com folga e que há sobra de energia, mas ponderou que "há uma taxa mínima de risco (de faltar energia) se as condições forem absolutamente adversas".
O governo, segundo ele, não conta com esse quadro. "Se eu não estou contando com um quadro absoluto e totalmente adverso, eu tenho de entender que o risco praticamente não existe", disse.
Lobão disse que as chuvas começaram a cair e que os estudos dos órgãos técnicos apontam para boas possibilidade de chuva daqui para a frente. "Temos de achar que o melhor vai acontecer, e não o pior", afirmou.
No início do mês, um apagão afetou cerca de 6 milhões de pessoas em todos os Estados das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do país, além de uma pequena quantidade de consumidores do Tocantins, na região Norte. (Com Reuters)
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