Polícia procura agressores que amarraram e jogaram jovem em formigueiro
A delegacia-geral da Polícia Civil do Piauí investiga agressores de um jovem acusado de roubo que aparecem em um vídeo postado na internet. O suspeito foi amarrado e jogado em um formigueiro no bairro do Dirceu, na zona sudeste de Teresina.
Homem é amarrado e jogado em formigueiro
A comissão dos Direitos Humanos da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) também investiga o caso e informou que levará o vídeo ao MPE (Ministério Público Estadual) para que as imagens sejam retiradas do ar.
O vídeo foi postado no Facebook, Youtube e Liveleak por um grupo que se intitula de “Apoio Policial”, na segunda-feira (17). Não há informações de quando as agressões ao suposto ladrão ocorreram. O filme tem duração de 1 minuto e 20 segundos.
Segundo as descrições feitas por quem publicou o vídeo, o jovem teria roubado uma casa e a vizinhança reagiu à ação amarrando as mãos e os pés do acusado e depois o jogando em cima de um formigueiro. O jovem tem marcas de espancamento --com os olhos roxos e inchados.
São dois homens que arrastam o rapaz da frente de uma casa para um terreno ao lado onde existiriam formigueiros. As agressões são filmadas por um outro morador, que faz apoio aos dos homens.
“Pega nas orelhas e pelo cabelo”, disse. “Agora tu se lembra de Deus, né? Na hora de tu roubar (sic), tu não lembra (sic)”, diz um dos homens que carrega o rapaz e o coloca em cima do formigueiro.
Ao ser colocado em cima do formigueiro, o rapaz grita de dor. “Ai, meu Deus. Ai meu Deus, tá queimando”, gritou.
Investigações
A SSP (Secretaria do Estado de Segurança Pública) do Piauí informou, nesta quarta-feira (19), que a polícia tenta identificar tanto os agressores como o jovem acusado de roubo, além do autor do vídeo.
Segundo o secretário de Segurança, Robert Rios, um inquérito policial foi aberto, ainda sem data para ser concluído, para que o caso seja esclarecido e os responsáveis punidos.
O presidente da Comissão dos Direitos Humanos da OAB no Piauí, Francisco Campelo Filho, informou que pedirá investigação ao MPE nesta semana, para identificar as pessoas das imagens.
“Precisamos saber o estado de saúde dessa pessoa, pois não se justifica o que fizeram com ele pelo suposto crime que cometeu”, disse Campelo Filho.
Página na internet
A página Apoio Policial, no Facebook, se descreve como uma comunidade criada para apoiar policiais e “levar a informação para a população e mostrar a realidade.” A página já soma 185 mil pessoas que seguem as divulgações das ações.
Menor é amarrado a poste no Rio
No meio de divulgação de violência contra criminosos, a página também publica mensagens bíblicas.
Em uma das postagens recentes, o grupo mostrou apoio ao deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) a presidência da Comissão de Direitos Humanos.
Até a noite desta quarta, o vídeo com imagens da tortura somava pelo menos 3.000 compartilhamentos no Facebook e mais de 45 mil visualizações no YouTube.
A administração da página no Facebook informou ao UOL, por e-mail, que recebe conteúdo de pessoas que apoiam a polícia e argumentou que não incita a violência. Informou ainda que não tem policiais entre seus administradores.
“Quando um telejornal passa um vídeo de uma morte/briga/troca de tiro, como por exemplo o caso que ocorreu no RJ onde um suposto criminoso foi morto com um tiro na cabeça, esses telejornais incentivaram a violência? Ou como dizem vocês jornalistas: Cumpriram fielmente a missão de informar”, respondeu a administração da página mantida no Facebook.
Em comunicado postado nesta quarta-feira (19), os administradores da página destacaram a divulgação do caso pelo "Daily Mail". "Muito bom, não pelo prazer de ver um vagabundo se ferrando, mas para mostrar o quanto a sociedade está carente de segurança e que já não aguenta mais a vagabundagem deitando e rolando em cima do cidadão de bem.”
O texto afirmou ainda que as pessoas têm direito de defesa e “já que é um direito, eu quero fazê-lo de forma igual ou proporcional, então como eu vou enfrentar um bandido armado? Lembre-se pode ser sua única chance de sair vivo. Parceiro, se for para proteger minha família, e minha vida, vagabundo tá ferrado. Aos defensores dos vagos: vocês não vão nos censurar".
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