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PM e bombeiros do Rio Grande do Norte iniciam greve

PMs e bombeiros do Rio Grande do Norte protestam em frente à sede do governo do Estado, em Natal - Via Certa Natal
PMs e bombeiros do Rio Grande do Norte protestam em frente à sede do governo do Estado, em Natal Imagem: Via Certa Natal

Aliny Gama

Do UOL, em Caruaru (PE)

22/04/2014 10h54

Policiais Militares e homens do Corpo de Bombeiros do Rio Grande do Norte iniciaram uma paralisação nesta terça-feira (22). Com a greve, o atendimento a ocorrências e patrulhamento está limitado. Apesar disso, ônibus e comércio funcionam normalmente em Natal.

De acordo com o Sintro (Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Estado do RN), não foram registradas ocorrências anormais por conta da paralisação da polícia e os ônibus estão circulando pela capital potiguar.

Desde as 7h da manhã, quando ocorreu a troca de turno, os militares cruzaram os braços para pressionar o governo do Estado a atender uma série de reivindicações.

A Procuradoria Geral do Estado informou que os militares que aderiram ao movimento vão responder a processos administrativos e podem ser presos, terem os salários cortados e serem desligados das corporações. Ainda não há registros de prisões.

Os PMs disseram que as equipes só vão sair às ruas com carros em condições legais e quando tiverem coletes e armamentos em condições de trabalho. Militares alegaram que muitos dos veículos utilizados para patrulhamento e outras ocorrências estão sem condições de uso, velhos e quebrados. Policiais também denunciam que trabalham com equipamentos fora da validade, como coletes, e armamentos obsoletos e sem munições suficientes.

Segundo a Associação de Subtenentes e Sargentos Policiais Militares e Bombeiros do RN, a categoria também pede um reajuste de 56,7% nos salários, implantação do auxílio alimentação e a convocação de 824 candidatos aprovados na segunda fase do último concurso da PM. Além do cumprimento da lei 463/2012, que institui o pagamento das remunerações e das férias por níveis.

Para tentar evitar a paralisação, o governo do Estado anunciou um pacote de medidas no último sábado (19), mas, mesmo assim, as associações dos militares mantiveram o movimento alegando que o “governo do Estado não abriu negociação e fez apenas o anúncio das medidas sem discutir com a categoria”.

Segundo o governo, o pacote previa o envio das seguintes medidas para a Assembleia Legislativa: revisão da lei de promoção de praças da PM e do Corpo de Bombeiros, novo concurso público para o Corpo de Bombeiros, nomeação de delegados, escrivães e agentes da Polícia Civil, revisão nos valores das diárias operacionais para policiais, abertura de cursos para a Polícia Militar e Bombeiros para que a promoção dos praças possa acontecer, e uma força tarefa para que o estatuto do Instituto Técnico-Científico de Polícia do Rio Grande do Norte possa ser enviado ao Ministério Público do Estado (MPE).

De acordo com o secretário de Segurança Pública, Elieser Girão, a Lei de Promoção de Praças será encaminhada para a Assembleia até o dia primeiro de maio deste ano.

“Da mesma forma, um novo concurso para praças e oficiais do Corpo de Bombeiros será lançado. Em relação à Polícia Civil foi determinado que sejam nomeados oito delegados, 13 escrivães e 31 agentes, também seguindo o trâmite na casa Legislativa.  No Corpo de Bombeiros, será encaminhada até o dia primeiro de maio a Lei de Segurança e Combate a Incêndios e Pânico, garantindo maior segurança aos estabelecimentos que dependem da vistoria do órgão”, disse o secretário.

Há duas semanas, 23 barracas foram instaladas em frente à sede do governo do Estado, localizada no bairro da Candelária, em Natal, e os militares se reversam no acampamento.

Segundo a Associação dos Cabos e Soldados da PM, cerca de 2.000 militares estão no acampamento nesta manhã para apoiar os líderes do movimento durante a reunião que vai ocorrer entre o governo do Estado e a categoria, nesta terça-feira.

O governo do Estado informou que está aberto a negociações e que após a reunião de hoje deverá divulgar um balanço do que foi proposto aos militares.