Polícia identifica 7 suspeitos de lincharem servente em Araraquara (SP)
A Polícia de Araraquara identificou sete suspeitos de participarem do linchamento do ajudante-geral Mauro Muniz, 37, ocorrido no domingo (11). Cinco deles foram detidos e devem ser ouvidos pela polícia nas próximas horas.
Muniz, que está internado em estado grave, apanhou depois de ter sido confundido com um irmão, que teria, segundo os agressores, batido na mulher momentos antes. Eles foram informados de que estavam agredindo a pessoa errada, mas continuaram a bater nele. Muniz está na Unidade Semi-Intensiva da Santa Casa de Araraquara e teve traumatismo craniano, além das fraturas. Ele ainda corre risco de morte.
Os agressores foram identificados com a ajuda de testemunhas que presenciaram o linchamento. Todos foram reconhecidos pela família. Eles podem ser indiciados por tentativa de homicídio qualificado. A informação é do delegado Elton Negrini, titular da DIG (Delegacia de Investigações Gerais), que informou ainda que a maior parte dos detidos mora no mesmo bairro da vítima, o Maria Luiza. “Até agora nós temos o nome de sete suspeitos, mas, certamente, há mais gente envolvida”, afirmou. “Eles espancaram o rapaz principalmente no rosto e na cabeça, usando pedras, paus, socos e chutes.”
A polícia também pretende ouvir o irmão de Mauro, Luciano Muniz, que estava foragido, mas que irá se apresentar. “Fiz um acordo com a família, e a situação está acertada. Ele vai ser o último a ser ouvido, mas, quando eu convocá-lo, ele irá à delegacia imediatamente e sem resistência”, disse Negrini.
O caso
Segundo a polícia, os dois irmãos estavam reunidos com a família para celebrar o Dia das Mães, quando Luciano começou uma discussão com a mulher. Os motivos não foram divulgados. Ele teria então desferidos socos e chutes na companheira. Após a discussão, ela se queixou do marido aos vizinhos, dizendo ter sido agredida.
Indignados, alguns moradores partiram à caça de Luciano e, com a confusão, mais gente chegou em frente à casa da família. Pelo menos 40 pessoas, de acordo com a versão policial, participaram da tentativa de linchamento. Luciano, no entanto, conseguiu fugir.
A turba, no entanto, foi até a casa da mãe dele, onde encontraram Mauro. Os líderes decidiram, então, espancar Mauro, mesmo após terem sido avisados de que ele não era o homem que tinha batido na mulher. Ele foi agredido ao deixar a casa em direção à turba.
Segundo depoimento de uma familiar, os linchadores tinham conhecimento de que ele não era o agressor. A irmã deles tentou impedir a agressão e também levou socos e pontapés. Ela foi socorrida e liberada.
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