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Após perseguição, dono de loja em Americana (SP) amarra ladrão em portão

Alexandre Rodrigues da Conceição entrou no estabelecimento armado com uma faca - Divulgação/UOL
Alexandre Rodrigues da Conceição entrou no estabelecimento armado com uma faca Imagem: Divulgação/UOL

Eduardo Schiavoni

Do UOL, em Americana (SP)

15/05/2014 11h17

O dono de uma loja de colchões no bairro Cidade Jardim, em Americana (133 km de São Paulo), perseguiu o ladrão por dois quilômetros após o criminoso ter roubado o estabelecimento e conseguiu amarrá-lo a um portão para que não fugisse. O caso aconteceu na segunda-feira (12), mas só foi divulgado pela polícia ontem (14).

Segundo o relato, o criminoso chegou a chorar e pediu para não ser linchado, mas o comerciante disse que só agiu para evitar a fuga até a chegada da polícia.

O caso foi registrado no 2º Distrito Policial de Americana como roubo. O homem foi encaminhado para a Cadeia Pública de Sumaré.

Segundo a Polícia Civil, Alexandre Rodrigues da Conceição, 37, entrou no estabelecimento armado com uma faca e mandou que uma funcionária que passasse todo o dinheiro do caixa.

Como os proprietários haviam retirado dinheiro do caixa pouco antes do assalto, o ladrão pegou um celular em cima do balcão e correu. 

A dona do estabelecimento, que estava no fundo da loja conferindo o estoque, percebeu a movimentação e pediu ajuda ao marido, que correu atrás do homem.

"Eu corri uns 800 metros. Depois, alguns funcionários vieram de carro e a gente foi atrás dele. Chegamos até ele, o dominamos e amarramos ele com uma corda e em um portão de uma casa. Depois, ligamos para a polícia”, contou o empresário Pedro Freire. “Ele pedia para sair dali, se debatia muito e falou que queria ir para a delegacia. Estava morrendo de medo de ser linchado”. 

O criminoso ficou amarrado por aproximadamente meia hora.

Segundo o empresário, o bandido chegou a citar a série de linchamentos registrados recentemente no Estado – só neste mês, um homem confundido com o irmão foi agredido por populares e chegou a ficar em coma em Araraquara e uma mulher foi morta no Guarujá confundida com uma outra pessoa que praticaria rituais de magia negra.

Ao chegar ao local, a Polícia Militar encontrou o homem amarrado com uma corda, mas sem ferimentos. “Eu só queria segurá-lo para ele ir para a cadeia. Para que ele não fizesse isso de novo”, conta Freire.

O telefone roubado não foi localizado.

O policial Carlos Alberto Silva Junior, que atendeu à ocorrência, ressaltou que a atitude do comerciante não deve ser repetida. “Os cidadãos amarraram o suspeito da forma correta e não houve nenhum dano. Mas quem passar por uma situação dessas deve chamar a polícia, e não reagir”, disse.