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SP tem dia de protestos por moradia, salários e contra a Copa

Do UOL, em São Paulo

15/05/2014 07h34Atualizada em 15/05/2014 19h00

Depois de uma manhã com protestos em vários pontos de São Paulo, manifestações voltaram a provocar o bloqueio de importantes vias da capital paulista na tarde desta quinta-feira (15). Neste momento, cerca de 5 mil professores da rede municipal marcham pela avenida 23 de Maio, na zona sul, rumo à sede da prefeitura, no Centro, e um ato contra a Copa do Mundo interdita o sentido da Consolação da avenida Paulista. 

Pela manhã, sem-teto, sem-terra e outros movimentos sociais foram às ruas. A maior parte dos protestos foi por moradia e contra os gastos com a Copa do Mundo, mas também houve atos de categorias como a dos metroviários. Vias importantes da cidade, como as marginais dos rios Tietê e Pinheiros, a Radial Leste, ficaram bloqueadas. 

O primeiro protesto do dia ocorreu por volta de 7h, quando manifestantes bloquearam a pista no sentido da capital da rodovia Anhanguera, que liga a capital paulista ao interior do Estado, nas imediações do km 19, em Osasco, na Grande São Paulo. De acordo com a Polícia Militar, cerca de cem manifestantes interditaram a via. O grupo montou barricada com pneus e entulhos. A via foi liberada por volta de 8h. 

A rodovia também foi alvo de um protesto perto do km 10, no viaduto Domingos de Morais. Manifestantes interditaram a alça que dá acesso à pista da Anhanguera no sentido do interior. Na mesma região, em torno de cem funcionários da empresa Alstom protestaram na ponte Atílio Fontana (ponte da Anhanguera). 

Na região central de São Paulo, em protesto contra a Copa do Mundo, manifestantes se concentram neste momento na altura da praça do Ciclista e bloqueiam o sentido da Consolação da avenida Paulista. De acordo com a Polícia Militar, 800 pessoas participam do protesto. O grupo caminhará até o estádio do Pacaembu. 
 
Trabalhadores vinculados ao Instituto Idort protestaram em outro ponto da avenida Paulista, na altura da rua Pamplona, pelo pagamento de dívidas trabalhistas. O instituto prestava serviço para os telecentros da prefeitura, mas teve o contrato rompido recentemente, o que teria provocado o atraso nos pagamentos. Por duas vezes, os manifestantes bloquearam a Paulista no sentido da Consolação durante a tarde.
 
Professores da rede municipal ocupam a avenida 23 de Maio e seguem rumo à sede da prefeitura, no Centro. Eles caminham desde a Secretaria Municipal de Educação, na Vila Mariana, zona sul. São cerca de 5 mil, de acordo com estimativa da Polícia Militar. Em greve por melhores salários, a categoria realizou uma série de manifestações na cidade nas últimas semanas.
 
Pela manhã, cerca de 40 pessoas realizaram manifestação na pista central da marginal Tietê, no sentido da rodovia Ayrton Senna, perto da ponte Governador Orestes Quércia, no Bom Retiro. Eles bloquearam a via, ateando fogo em pneus. Homens da Tropa de Choque da PM estiveram no local.
 

Houve protesto também na avenida Santos Dumont, em direção ao aeroporto de Congonhas, perto da avenida do Estado.

Ainda no Centro, cerca de 250 funcionários do Metrô de São Paulo marcharam durante a manhã pela avenida Ipiranga, praça da República, avenida São Luís. Eles pararam em frente à Câmara Municipal e depois caminharam até a rua Boa Vista, onde fica a sede da Secretaria Estadual dos Transportes Metropolitanos. Eles carregavam faixas cobrando qualidade no transporte público.
 
Na zona leste da capital, houve duas manifestações no período da manhã. Cerca de 5.000 pessoas do acampamento Copa do Povo, localizado a 4 km do estádio de Itaquera, saíram por volta de 8h em passeata do terreno que ocupam até o estádio. No caminho, elas interditaram a avenida Jacu-Pêssego e a Radial Leste. Em frente à arena que será o palco da abertura da Copa do Mundo, um grupo colocou fogo em pneus. Depois, os manifestantes rumaram para o parque do Carmo e se dispersaram.
 
Na Mooca, cerca de cem metalúrgicos se concentraram na praça Lorenzetti e saíram em passeata pelas ruas do bairro em protesto contra demissões. 
 
Na zona sul, durante a manhã, um grupo formado por cem pessoas se reuniu no terminal João Dias e saiu em caminhada até a marginal Pinheiros, onde bloquearam o trânsito no sentido da rodovia Castelo Branco, e depois a ponte João Dias. Cerca de 200 pessoas realizaram manifestação na avenida Interlagos, no sentido do bairro, perto da marginal Pinheiros. Manifestantes também interditaram a ponte do Socorro, sobre a marginal.
Na região do Ipiranga, cerca de 300 pessoas da Força Sindical protestaram na rua do Grito, perto da avenida das Juntas Provisórias.
 
Na avenida Giovanni Gronchi, em torno de 800 pessoas bloquearam a via durante ato nas proximidades da avenida Carlos Caldeira Filho, no Jardim Morumbi. Um grupo ateou fogo em pneus. 
 
Na zona oeste, manifestantes interditaram o complexo viário Olavo Setúbal, sentido bairro, na Lapa, pela manhã.
 
À tarde, cerca de 300 pessoas da Liga Solidária Contra Violência de Menores protestaram na avenida Engenheiro Heitor Antonio Eiras Garcia, no Rio Pequeno.
 
Protestos pelo país
 
Protestos organizados por movimentos sociais e grupos contrários à realização da Copa do Mundo estão programados para esta quinta-feira em ao menos 50 cidades do país.
 
As reivindicações são variadas, mas têm em comum críticas aos gastos públicos para a realização do Mundial no Brasil.
 
O dia 15 de maio foi batizado como "Dia Internacional de Lutas contra a Copa" pelo Comitê Popular da Copa, que reúne movimentos sociais e organizações que denunciam violações de direitos humanos e a repressão ao direito de manifestação.

Em São Paulo, um ato está marcado para as 17h, na praça do Ciclista, esquina da avenida Paulista com a rua da Consolação, na área central da capital.

Eventos simultâneos estão previstos outras capitais brasileiras e grandes cidades no exterior, como Santiago, Buenos Aires, Barcelona, Bogotá, Paris, Londres e Berlim.