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MPF do Rio vai investigar ameaça de greve da PM durante a Copa do Mundo

Do UOL, no Rio

16/05/2014 16h44

O MPF-RJ (Ministério Público Federal no Rio de Janeiro) informou nesta sexta-feira (16) que vai investigar a ameaça de greve da Polícia Militar no dia 15 de junho, durante a realização da Copa do Mundo. O órgão notificou ter tomado conhecimento do assunto a partir de uma reportagem do UOL sobre uma troca de mensagens entre policiais militares através do aplicativo WhatsApp.

"Uma possível greve de policiais militares levaria ao emprego das Forças Armadas e da Força Nacional de Segurança Pública, órgãos sujeitos ao controle externo da atividade policial pelo Ministério Público Federal", informou o MPF, em nota.

Há indícios de que o mesmo tipo de movimento grevista que ocorre em Pernambuco, desde o dia 13 de maio, estaria para acontecer no Rio, segundo o procurador da República Fernando Aguiar. De acordo com o MPF, a Constituição Federal "proíbe expressamente o exercício do direito de greve pelos policiais e bombeiros militares".

Aguiar afirmou que, se a ameaça de greve for confirmada, pretende adotar "as medidas judiciais cabíveis no âmbito da Justiça Federal, inclusive com a prisão dos líderes do movimento grevista, caso isso seja necessário à manutenção da ordem pública".

Segundo o texto que circula pelo WhatsApp há uma semana, as principais reivindicações dos policiais são reajuste salarial sem gratificações "que podem ser cortadas a qualquer momento", além de plano de carreira e escala de 40 horas semanais.

"Essa é a hora, não tenham medo! Greve geral 15 de junho. Ou os oficiais se juntam aos praças ou não poderão prender todos, porque quem faz o serviço interno são os praças, e os oficiais só assinam. Greve geral inclusive no Batalhão de Choque. Com a greve, terão que chamar o Exército e não darão conta de ocorrências e UPPs [Unidades de Polícia Pacificadora] vazias. Se não pararmos, o alto escalão vai fazer o que quiser na escala", diz trecho da mensagem.

No início da semana, a informação chegou ao comando-geral da Polícia Militar do Rio, que trabalha com o Setor de Inteligência da PM para monitorar informações sobre a possível greve. Segundo a assessoria da PM, "o comandante geral da Corporação está aberto a dialogar sobre as reivindicações da tropa".

Para o presidente da Amae (Associação de Militares e Auxiliares Especialistas), Melquisedec Nascimento, uma greve de PMs prejudicaria muito o Rio de Janeiro. Um dos praças que recebeu e também repassou a mensagem do WhatsApp conta que o que mais tem revoltado a tropa é o atraso no pagamento das gratificações, sobretudo o RAS (Regime Adicional de Serviço). O pagamento aos policiais que trabalharam durante a passagem do papa Francisco pelo Rio, por exemplo, atrasou por cerca de três meses.