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Nordeste vive 4º greve de PMs em dois meses; CE também tem ameaça

Policiais militares e bombeiros se concentram em frente à sede do governo de PE - Sergio Bernardo/JC Imagem/Agência O Globo
Policiais militares e bombeiros se concentram em frente à sede do governo de PE Imagem: Sergio Bernardo/JC Imagem/Agência O Globo

Carlos Madeiro

Do UOL, em Maceió

15/05/2014 12h00

Em menos de dois meses, Pernambuco é o quarto Estado do Nordeste a sofrer as consequências de uma greve de militares. Parados desde a terça-feira (13), policiais e bombeiros pernambucanos seguem a prática feita antes no Maranhão, Rio Grande do Norte e Bahia. No Ceará também há ameaça de paralisação.

A primeira greve na região foi deflagrada dia 26 de março no Maranhão, onde os militares pediram reajuste de 25%. A paralisação, porém, teve baixa adesão, mas foi marcada por tensão entre o governo e líderes do movimento, com a prisão de um coronel.

A greve durou nove dias e terminou com um acordo entre os PMs e o governo. As conquistas firmadas no termo final não foram divulgadas.

A mais marcante das greves ocorreu em seguida, na Bahia, iniciada dia 15 de abril. O movimento durou apenas dois dias, mas a adesão da categoria chegou perto a 100%, e as cidades baianas viveram um onda de assassinatos, saques e assaltos em plena luz do dia.

A greve terminou após a decretação da ilegalidade pela Justiça estadual e federal, e o governo Jaques Wagner (PT) apresentar proposta que garantiu a revisão dos processos de policiais que lideraram o movimento em 2012, aumento da gratificação por CET (Condições Especiais de Trabalho), retirada para nova discussão da proposta do Código de Ética e rediscussão das propostas do Estatuto e Plano de Carreira.

O principal líder da categoria, o vereador Marcos Prisco (PSDB), foi preso no dia seguinte e segue detido, por ordem do STF (Supremo Tribunal Federal).

Poucos dias depois, em 22 de abril, os militares do Rio Grande do Norte também decidiram por greve. A paralisação, porém, durou menos de 24 horas e foi finalizada após os policiais aceitarem a proposta do governo de envio à Assembleia Legislativa do projeto de Lei referente à promoção dos praças. O governo prometeu negociar outras reivindicações e não abrir procedimentos administrativos contra os militares que paralisaram as atividades.

Em Pernambuco, os militares estão em greve desde a noite da terça-feira. Em sete horas sete pessoas foram assassinadas na região metropolitana da capital. A Força Nacional foi acionada, e militares de outros Estados já chegaram ao Recife.

No Ceará, também há ameaça de paralisação. Segundo o presidente da Associação de Praças da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros, Pedro Queiroz, disse, no final do mês passado, que as lideranças analisam a possibilidade por conta dos “maus-tratos do governo” com a categoria. “Não descartamos totalmente e nem dizemos que vai haver, estamos avaliando. Estamos monitorando o que acontece para ver a possibilidade”, disse.

Segundo o militar, nada foi feito sobre as demandas reivindicadas na greve de 2011.

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