Termina sem acordo reunião entre Metrô-SP e sindicato no Ministério Público
Terminou sem acordo a reunião entre representantes do Metrô de São Paulo e do Sindicato dos Metroviários realizada na tarde desta quarta-feira (11) no Ministério Público do Trabalho. Os metroviários tentavam reverter as demissões de 42 funcionários durante a greve de cinco dias que foi suspensa na última segunda (9), mas o Metrô não aceitou reconsiderá-las.
A categoria realiza uma assembleia às 18h30 para decidir se volta a cruzar os braços nesta quinta (12), dia da abertura da Copa do Mundo, com o jogo entre Brasil e Croácia, em São Paulo.
A readmissão dos afastados passou a ser a única reivindicação dos metroviários. A categoria pedia um reajuste salarial de 12,2%, mas deve aceitar a proposta de 8,7% feita pela empresa.
“Nossa posição é fazer greve amanhã, mas, obviamente, vamos avaliar o sentimento da categoria. Vamos conversar com os metroviários, ouvir os outros companheiros das diversas áreas, para ter uma ideia completa das ações que vamos tomar”, disse o presidente do Sindicato dos Metroviários, Altino Prazeres.
Segundo a advogada Eliana Ferreira, que defende o sindicato, os procuradores regionais do Trabalho pediram hoje que a empresa apresente as justificativas para os afastamentos e dê aos grevistas o direito de defesa. A companhia estava representada por responsáveis dos setores jurídico e de recursos humanos. Eles ficaram de analisar a proposta do Ministério Público.
“Estamos em um estado de exceção. O governo de São Paulo não dá direito de defesa e demite sumariamente”, afirmou Paulo Pasin, presidente da Federação Nacional dos Metroviários e um dos afastados pela direção do Metrô.
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Mediaram o encontro os procuradores regionais do Trabalho Egle Rezek, Eliane Lucina, Laura Martins Maia e Roberto Rangel Marcondes.
A informação de que dois dos afastados teriam sido reintegrados, veiculada hoje pelo Sindicato dos Metroviários, não foi confirmada na reunião.
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), disse nesta terça (10) que as demissões não estão relacionadas à greve em si, mas ao que o governador chamou de "fatos graves", como "invasão de estação, depredação e vandalismo".
O governo estadual teria uma nova lista de funcionários a serem demitidos, com 300 nomes, caso os metroviários decidam por mais uma greve.
Plano de contingência
Nos cinco dias de greve -- entre 5 e 9 de junho --, a Companhia do Metrô colocou em prática um plano de contingência para que a rede operasse parcialmente, mas não conseguiu abrir as estações do extremo leste de São Paulo, onde fica Itaquera.
Amanhã, no entanto, o trecho leste da linha 3-vermelha deve ser priorizado mesmo em caso de greve. O estádio do Corinthians, palco da abertura do Mundial, fica próximo a duas estações de metrô – Artur Alvim e Corinthians-Itaquera. Nesta última, também há uma parada da linha 11-Coral da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos). (Com Agência Brasil)
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