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Vigas sumidas da Perimetral podem ter virado decoração; veja possíveis usos

Gustavo Maia

Do UOL, no Rio

08/08/2014 06h00

O sumiço de seis vigas de sustentação retiradas do elevado da Perimetral, na zona portuária do Rio de Janeiro, está completando o primeiro "aniversário", mas não há nenhum motivo para festa. Apesar de investigar o desaparecimento do material há dez meses, a Polícia Civil do Rio ainda não chegou às respostas de duas questões essenciais: quem furtou e que fim levaram as vigas?

Segundo imagens de satélite consultadas pela polícia, as vigas desapareceram entre os dias 10 de junho e 12 de agosto do ano passado de um terreno que serve de depósito da concessionária Porto Novo para as obras de revitalização do Cais do Porto. Ou seja, na próxima semana estarão desaparecidas há pelo menos um ano.

Cada uma delas tinha 40 metros de comprimento e pesava 20 toneladas, dimensões que transformaram o caso em motivo de espanto e piada para a população carioca. O sumiço é investigado pela DRF (Delegacia de Roubos e Furtos) desde o dia 11 de outubro de 2013, quando foi denunciado pela imprensa.

A assessoria da Polícia Civil informou que o delegado Márcio Braga, titular da DRF, não falaria com jornalistas, mas enviou nota oficial afirmando que 35 pessoas foram ouvidas até o momento e que os GPSs dos caminhões da empresa que transportou as vigas até o depósito, a Transreta, já foram analisados. Ainda segundo a polícia, o inquérito se encontra no MP-RJ (Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro) para solicitação de mais prazo para as investigações. Procurado, o MP-RJ informou que o promotor responsável pelo caso não vai se pronunciar sobre o assunto. Quando finalizado, o inquérito ficará a cargo da 14ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal da 1ª Central de Inquéritos.

Enquanto a polícia não descobre a autoria do crime, especula-se qual pode ter sido o destino do material furtado. Compostas por uma combinação especial de metais chamada de aço corten, as seis vigas são altamente resistentes à corrosão e foram projetadas para durarem até 400 anos. Além delas, outras 1.002 estruturas em aço similares foram ou estão sendo retiradas do elevado. Parte delas foi leiloada pela Cdurp (Companha de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto do Rio) e outras foram cedidas para obras públicas.

Consultado pelo UOL, o engenheiro mecânico e de segurança Jaques Sherique, conselheiro do Crea-RJ (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio de Janeiro), elencou possíveis aplicações das vigas furtadas: