Florianópolis tem 'epidemia' de acidentes com águas-vivas
Os acidentes com águas-vivas nas praias de Florianópolis passaram de 1.513, de 1º de outubro de 2013 a 13 de janeiro de 2014, para 32 mil, de 1º de outubro de 2014 até 13 de janeiro deste ano --um aumento de 2.105%, segundo o 1º Batalhão dos Bombeiros Militar de Santa Catarina, que contabiliza os casos.
Segundo o oceanógrafo Rui Mirkos, o aquecimento do mar pode ser um dos motivos para a alta no número de acidentes. Segundo ele, as medusas (outro nome dado às águas-vivas) mais comuns na capital catarinense são a caravela, a racostoma e a olindias.
Os acidentes ocorrem quando a água-viva toca a pele humana e libera uma toxina, que dá a sensação de ardência, como uma queimadura.
Alguns casos são mais graves e podem, após o acidente, provocar um edema na glote ou um choque anafilático. Na terça-feira (13), uma mulher da praia da Joaquina, foi levada ao hospital Nereu Ramos, especializado em controle de alergias. Ela não conseguia mais respirar.
Rodrigo Sellacruz, 26, surfa quase todos os dias na Barra da Lagoa e, na quarta-feira (15), pôs a roupa especial para se proteger, mas não adiantou. A medusa tocou seu pé e ele já contabilizou três queimaduras na última semana.
O socorro veio da casinha de guarda-vidas, onde há um estoque de vinagre. “O ácido do vinagre neutraliza o veneno, enquanto a água doce aguça”, afirma o guarda-vidas Ted Gomes, 31.
Nas praias, o conselho é lavar a ferida no mar.
A maior proliferação de medusas é em Ingleses, num ritmo de ao menos 300 banhistas intoxicados por dia.
A argentina Ludmila, 9, chegou chorando na casinha de guarda-vidas. Foi tratada com do vinagre, que minimiza a dor rapidamente, nos primeiros 10 minutos.
Já o gaúcho Edilson Rezende, 51, resolveu não arriscar. Trouxe vinagre de casa.
No dia anterior, mulher e filha foram queimadas. Na quarta, era ele que socorria crianças pela praia.
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