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Em calamidade pela cheia, Acre pede para que haitianos não venham ao Brasil

Haitianos deixam abrigo onde estavam acomodados após cheia atingir prédios de Brasileia, no Acre - Gleilson Miranda/Secom Acre
Haitianos deixam abrigo onde estavam acomodados após cheia atingir prédios de Brasileia, no Acre Imagem: Gleilson Miranda/Secom Acre

Do UOL, em Maceió

24/02/2015 22h19

Com o Estado vivendo uma das piores enchentes de sua história, o governo do Acre encaminhou nesta terça-feira (24) um documento à presidente Dilma Rousseff, nesta terça-feira (24), pedindo "ações imediatas” por parte do governo federal.

Além disso, o governador Tião Viana (PT) faz um apelo para que que os haitianos não venham ao Brasil pelo Acre até que a situação de normalidade seja retomada.

“Nós reivindicamos ao governo federal que pelo menos avise ao governo do Haiti a restrição da saída de pessoas de Porto Príncipe [capital do país]. E, se saírem, que saiam com visto para entrar em qualquer Estado brasileiro, mas não venham para o Acre. Que escolham outra rota, porque nós não temos condições de fazer acolhimento dessas pessoas”, afirmou o governador, em nota publicada no site de notícias oficial do governo.

A cidade de Brasileia, que sempre recebe haitianos, está em calamidade pública e com 90% de sua área alagada pela subida recorde do rio Acre

Por conta da subida recorde do rio Acre, a cidade está isolada, sem serviços telefonia e com parte dos moradores sem energia. A ação de socorro às vítimas na cidade conta com 450 homens, entre integrantes do Corpo de Bombeiros e dez secretarias estaduais.

Segundo o governo acriano, desde 2010 mais de 32 mil haitianos já entraram no Brasil pelo Acre, a partir fronteira do Peru com a cidade Assis Brasil, seguindo para Brasileia.

Número de afetados pela enchente do rio Acre aumentou

Segundo boletim divulgado na noite desta terça-feira, o nível do rio continua subindo nas quatro cidades afetadas, assim como cresceu o número de pessoas afetadas. Agora, já são mais de 5.100 que tiveram que deixar ruas casas.

Na capital Rio Branco, o rio Acre estava, às 18h, em 15,73 metros. Na cidade, 267 famílias estão desabrigadas. O Parque de Exposições, para onde as pessoas que ficaram sem casa foram levadas, acomoda 1.017 vítimas. A cidade está em situação de emergência.

Já a medição em Basileia e Epitaciolândia apresenta marca de 15,46 metros. A Defesa Civil estima que mais de 900 famílias tenham sido atingidas pela enchente, com 3.126 pessoas afetadas diretamente na região de fronteira.

Em Xapuri, o rio apresenta seu maior volume. A medição das 18h registou o nível de 16,76 metros, o que levou os atendimentos do hospital da cidade a serem transferidos para a Unidade Básica de Saúde. No município, 64 famílias encontram-se desabrigadas e outras 228, desalojadas. Não há informações de número exato de pessoas afetadas, mas estima-se que elas devem chegar a 1.000.

Por conta da situação, o ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi, anunciou que vai ao Acre na próxima sexta-feira (27) verificar a situação das regiões atingidas pela enchente