Droga foi motivo para marido matar mulher e depois se matar, diz a polícia

A morte da aeromoça Michelli Nogueira, 31, encontrada no início da noite de segunda-feira (9) em uma mala na rodovia Dom Pedro 1º, em Nazaré Paulista (64 km de São Paulo) foi motivada, de acordo com a polícia, por um flagrante que ela teria dado no marido, Júlio César Arrabal, 41, no momento em que ele usava cocaína. Arrabal também foi encontrado enforcado na casa da família, em Sumaré (121 km de São Paulo), e a suspeita é que tenha se suicidado. 

Na casa da família, a polícia encontrou pinos vazios de cocaína, uma garrafa de vodca consumida parcialmente.

“Acreditamos que ela tenha pego o marido em flagrante. Houve uma briga entre o casal, e ele acabou batendo nela. Há marcas de afundamento no crânio que corroboram essa teoria. Ao perceber que ela estava morta, ele tentou armar um álibi e montar a cena de crime. Foi quando a levou para Nazaré Paulista e desovou o corpo”, informou o delegado seccional de Bragança Paulista José Henrique Ventura, responsável pelas investigações.

A polícia também achou uma faca na casa da família, mas disse não acreditar que o objeto tenha sido utilizado para matar a vítima.

“Ela morreu devido a pancadas na cabeça. No restante do corpo, não há vestígios de lesões, nem marca de perfurações”, disse Ventura.

Sem intenção

Segundo o delegado, é provável que Arrabal não tenha tido a intenção de matar a mulher e que o golpe que a matou tenha sido desferido em um momento de desespero, pois familiares relataram à polícia que Michelli disse a ele que, caso continuasse a usar entorpecentes, iria se separar.

“Ele bateu nela e, ao ver que estava morta, se desesperou. Por isso, acabou cometendo o suicídio”, disse o delegado.

Ainda de acordo com o delegado, faltam agora apenas provas circunstanciais para fechar o caso.

“Iremos esperar o resultados da perícia, dos exames toxicológicos e a oitiva de testemunhas para esclarecer a os detalhes do crime, mas, para nós, ele é o autor e a motivação foi o medo de perder a mulher”, disse.

Drogas

De acordo com um vizinho da família, que pediu para não ser identificado, o casal vivia no local há dez anos e o problema de Arrabal com as drogas era conhecido.

De acordo com o vizinho, no ano passado, o rapaz ficou três meses internado em uma clínica para recuperação e saiu no final do ano. “Ela sofria muito, queria que ele largasse o vício. Mas não eram um casal de muitas brigas, escândalos”, disse.

De acordo com Edvaldo Nogueira, irmão de Michelli, a família disse acreditar que a versão da polícia seja correta. “Ela sofreu bastante, mas a gente não esperava essa ação. A vida da família acabou, estamos arrasados”, disse.